Política

Sem levar em conta pandemia, Bolsonaro causa nova aglomeração no Planalto

Presidente afirmou que na segunda-feira nomeará novo diretor da Polícia Federal. ‘Chegamos no limite, não tem mais conversa’, declarou

Presidente Jair Bolsonaro está concentrado em participar de atos antidemocráticos e contra o isolamento social. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro foi à rampa do Palácio do Planalto neste domingo 3 falar com seus apoiadores. Uma multidão se aglomerava diante grades de proteção, muitas sem qualquer proteção, segurando bandeiras e proferindo palavras de ordem, como “a nossa bandeira jamais será vermelha” e “quem não pula é comunista”.

O presidente também apareceu sem máscara, não respeitou o distanciamento social e pegou crianças no colo para tirar fotos, novamente infringindo as orientações sanitárias em meio à pandemia do coronavírus.

Bolsonaro se referiu à manifestação como um “movimento espontâneo”. “Na certeza que o povo está ao lado da verdade, do desenvolvimento, da democracia e da honestidade também. Como eu tenho dito, o Executivo está unido. Peço a Deus que não tenhamos mais problema esta semana, pois chegamos no limite, não tem mais conversa. Daqui pra frente, não só exigiremos, como faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço. E ela tem dupla mão, não é mão de uma lado só não. Amanhã nomeamos o novo diretor da Polícia Federal e o Brasil segue seu rumo”, declarou.

Nos últimos dias, Bolsonaro tentou nomear Alexandre Ramagem, amigo de sua família, para a direção-geral da PF, no lugar de Maurício Valeixo. A posse, porém, foi barrada por decisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que citou as acusações feitas por Moro ao sair do governo. Há diversas investigações da PF de interesse de aliados e dos filhos do presidente.

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro também esteve junto do presidente neste domingo e enalteceu a “manifestação espontânea”. “Outras autoridades não gozam desse prestígio”, disse, declarando-se emocionado. Eduardo Bolsonaro atacou o ex-ministro Sergio Moro em suas redes sociais, dizendo que ele era um espião, não um ministro. Moro concedeu um depoimento de 8 horas à Polícia Federal no sábado 2, depois de ter afirmado que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF e em suas investigações.

É a segunda aglomeração que o presidente protagoniza só neste final de semana. No sábado 2, ele visitou um posto de gasolina às margens da BR-040, perto da cidade goiana de Cristalina, cumprimentou pessoas e posou para fotos.

Embora estivesse utilizando máscara, em alguns momentos o presidente a puxou para baixo, deixando descobertos nariz e boca, o que também contraria as recomendações sanitárias para evitar a proliferação do vírus. O presidente também foi visto levando uma das mãos ao nariz e, depois, cumprimentando apoiadores. A ação (de levar as mãos ao rosto) é uma das principais formas de contrair e espalhar a doença.

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