Política
Rodrigo Maia chama de “baixaria” ataques à jornalista da Folha
O deputado Eduardo Bolsonaro é um dos propagadores das mensagens contra Patricia Campos Mello
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu uma mensagem em seu Twitter dizendo que “falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei”. Ele referia-se aos recentes ataques movidos contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, que foi difamada por um depoente na CPI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) das Fake News na terça-feira 11 e atacada nas redes sociais por antagonistas à imprensa, como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Campos Mello, que denunciou o esquema de compras de disparos de mensagens por WhatsApp ligado à campanha do então candidato Jair Bolsonaro, foi acusada de oferecer sexo em troca de informações para a reportagem – hipótese sexista para difamar a profissional na Comissão.
Quem depunha era Hans River do Nascimento, fonte da jornalista que tinha contribuído com a matéria da Folha e, depois de um acordo judicial, resolveu voltar atrás nos depoimentos dados. Ao mentir em uma comissão da Câmara dos Deputados sobre a natureza da conversa com a jornalista, Hans cometeu crime de falso testemunho, destacado por Rodrigo Maia.
Dar falso testemunho numa comissão do Congresso é crime. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação. Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) February 12, 2020
Maia também destacou que “atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação”, o que refere-se ao movimento de deputados e apoiadores do bolsonarismo para coordenar xingamentos contra a jornalista e demais veículos de mídia pelas redes sociais.
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) divulgaram notas de repúdio contra os ataques.
Além disso, mais de 600 jornalistas do País assinaram um documento de apoio à Campos Mello: “É inaceitável que essas mentiras ganhem espaço em uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tem justamente como escopo investigar o uso das redes sociais e dos serviços de mensagens como Whatsapp para disseminar fake news”, escrevem as profissionais.
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