Política

Ricardo Salles ironiza Greenpeace na retirada de óleo do Nordeste

O ministro acusou a ONG de não apoiar na retirada das manchas. Para o Greenpeace, o governo tenta desviar o foco de sua inoperância

Ministro Ricardo Salles - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro do meio ambiente Ricardo Salles entrou em um embate com a ONG Greenpeace pelas redes sociais sobre o vazamento de óleo que atinge as praias do Nordeste do país. Nesta segunda-feira, ele divulgou um vídeo onde um integrante da organização explica que “o combate ao impacto das manchas de petróleo exige conhecimento e equipamentos técnicos específicos e que tem que ser feito port instituições especializadas e órgãos competentes”. Na postagem, o ministro escreveu: “O Greenpeace ‘explicou’ porque não pode ajudar a limpar as praias do Nordeste…. ahh tá…”

A ONG rebateu a provocação. “Olá, ministro. Que bom que você viu um dos nossos conteúdos. Pena que você não colocou a parte em que dissemos que apesar dos riscos, temos voluntários ajudando na limpeza de óleo nas praias desde setembro, época em que o senhor ainda estava na Europa”.

Nos últimos dias, a imprensa tem noticiado um grande empenho das populações que vivem nas áreas afetadas de recolher manualmente as manchas de óleo que se acumulam sobre as praias. Em uma nota divulgada no site do Greenpeace, a organização fala que, no último final de semana, aconteceram ações de limpeza nas praia de Cupe, Maracaípe e Muro Alto (PE) e em Fortaleza (CE), onde também houve um protesto pacífico.

O Greenpeace ainda reforça que “ao realizar a limpeza de praia em locais atingidos por petróleo, é importante utilizar equipamentos de segurança para evitar contaminação. O petróleo é altamente tóxico e pode causar danos à saúde”.

A organização acusa o governo de falha na operação de retirada do óleo, criticando a ida do presidente Bolsonaro ao exterior – ele está no Japão para uma visita oficial do governo brasileiro -, e alega que Ricardo Salles tenta mascarar a sua inação e jogando a responsabilidade para a população e para as organizações não governamentais.

No dia 18 de outubro, o Ministério Público Federal entrou com uma ação contra a União obrigando-a a acionar, em 24 horas, o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas. No domingo 20, a juíza federal Telma Maria Santos Machado decidiu a favor do governo federal na ação, por entender que foram tomadas as medidas necessárias para conter o vazamento de óleo nas praias do Nordeste. O caso voltou para o Ministério Público, que passa a ter prazo para dizer o que mais precisa ser feito.

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