Política

Randolfe questiona TSE sobre auditoria nas urnas anunciada por Bolsonaro

Na semana passada, o presidente afirmou que seu partido contratará uma empresa privada para “garantir eleições livres”

O senador Randolfe Rodrigues (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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O senador Randolfe Rodrigues (Rede) enviou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral, nesta terça-feira 10, questionando a Corte sobre o cabimento da contratação de uma auditoria privada para fiscalização das eleições proposta pelo presidente Jair Bolsonaro. 

Durante uma live realizada na quinta-feira 5, o ex-capitão afirmou que seu partido, o PL, contrataria uma empresa de monitoramento eleitoral para “garantir eleições livres de qualquer suspeita e de interesse externo”.

Ainda segundo o presidente, a empresa atuaria antes durante e após as eleições, e faria os supostos questionamentos que fossem necessários para atestar a segurança do sistema ao TSE. 

No documento enviado a Corte, Randolfe pontua que a análise seria coordenada pelo presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, condenado por corrupção no Mensalão. 

“É de se questionar a real legitimidade do intento do Presidente da República de contratar uma auditoria particular, por meio de seu partido político, PL, para a conferência da regularidade do pleito eleitoral junto ao TSE. A ação será coordenada pelo presidente do PL, que, em 5 de dezembro de 2013, renunciou ao seu mandato de deputado federal após expedição de mandado de prisão”, defendeu.

O senador questiona a legitimidade do Presidente da República em contratar uma auditoria particular, por meio de seu partido — especialmente em relação à utilização do Fundo Eleitoral para pagamento dos serviços prestados. 

“Decerto não era intento do Legislador alçar uma auditoria privada, premida por interesses abusivos e, pior ainda, remunerada indevidamente pelos cofres públicos, a árbitra derradeira do jogo democrático”, cita o documento. 

Randolfe argumenta ainda que a função de acompanhamento e condução dos pleitos eleitorais é exclusiva da Justiça Federal, sendo “as eventuais auditorias privadas servíveis a intuitos microscópicos de aferição de uma ou outra vulnerabilidade pontual no sistema informático, de modo fundamentado em evidências científicas e pautado por julgamento profissional, e não ao intento manifestado pelo Exmo. Sr. Presidente da República, de certificar a legitimidade do sistema eleitoral”. 

Por fim, o senador questiona à Corte sobre a participação das Forças Armadas nos trabalhos eleitorais e pede que seja encerrada a Comissão de Transparência Eleitoral. 

“Foram inúmeros os momentos em que o Presidente da República tentou incutir irresponsavelmente na cúpula das Forças Armadas a indevida função de ‘poder moderador’, sustentando falsamente competência desta instituição de Estado na fiscalização e na garantia da lisura do processo eleitoral”, disse o senador.

 

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