Política

Quem é Marcelo Queiroga, o quarto ministro da Saúde durante a pandemia

O médico cardiologista aceitou o cargo após reunião com o presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro, junto ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Divulgação
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O médico cardiologista Marcelo Queiroga é o novo ministro da Saúde do governo Bolsonaro. O convite para substituir o general Eduardo Pazuello frente à pasta foi aceito nesta segunda-feira 15, depois de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. A nomeação deve ser formalizada na terça-feira 16 no Diário Oficial da União.

Natural de João Pessoa, Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Formado em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba, fez residência em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Tem especialização em cardiologia, com área de atuação em hemodinâmica e cardiologia intervencionista.

Em dezembro do ano passado, Queiroga foi indicado por Bolsonaro para ser um dos diretores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A indicação ainda não foi votada pelo Senado Federal.

No currículo enviado ao Senado, Queiroga informou ser diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (Cardiocenter) do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa, e cardiologista do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita (PB).

Em recente entrevista ao programa Correio Debate, disse que foi vacinado com a Coronavac e elogiou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, que trabalha em parceria com o governo de João Doria (PSDB) na distribuição do imunizante. Na ocasião, pediu que a população “confie nas autoridades sanitárias e nos programas de vacinação”.

Em julho de 2019, Queiroga compartilhou em sua rede social uma foto em que chama Bolsonaro de “grande brasileiro”, junto ao Dr. Enéas Carneiro.

O nome do novo ministro foi decidido depois que a também médica cardiologista, Ludhmila Hajjar, negou o convite para assumir a pasta. A negativa se deu pelo fato da especialista não concordar com medidas como o uso de cloroquina e outros medicamentos sem comprovação científica para Covid-19.

“Não é o momento de assumir a pasta, o que vi e aprendi na medicina e ciência está acima de ideologia ou expectativa que não seja pautada em ciência”, argumentou, pontuando que o Brasil precisa “pautar a sua atuação pela ciência para sair do sufoco”, disse em entrevista à CNN Brasil.

Queiroga é o quarto ministro da Saúde na pandemia

Marcelo Queiroga será o quarto ministro a ocupar a chefia do ministério da Saúde durante a pandemia. O ministro Henrique Mandetta foi demitido em no dia 16 de abril pelo presidente Bolsonaro, menos de dois meses depois do registro do primeiro caso de coronavírus no País.

Mandetta foi substituído por Nelson Teich no dia 17 de abril, e ficou no cargo até 15 de maio, quando pediu demissão 29 dias após ter assumido o cargo.

Já no dia 16 de maio, o governo Bolsonaro confirmou o nome do general Eduardo Pazuello como ministro interino da Saúde. Ele foi efetivado no cargo depois de três meses e meio, no dia 14 de setembro de 2020.

Pazuello reconheceu “substituição”

Também nesta segunda-feira 15, o ministro Eduardo Pazuello reconheceu, durante entrevista coletiva, que o presidente Jair Bolsonaro estava “avaliando nomes” para ocupar o cargo. O ministro, no entanto, não informou a data em que poderia deixar o cargo.

“O ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o Ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal”, declarou. “Eu não estou doente, eu não pedi para sair, e nenhum de nós do nosso Executivo está com problema algum”, declarou.

“Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino”, acrescentou.

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