Política

Por perder enterro, Lula decide não ir a São Bernardo encontrar família

Segundo o deputado Paulo Pimenta, o presidente preferiu não se submeter “ao circo que Sérgio Moro armou”

Apoie Siga-nos no

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declinou do encontro com familiares determinado pelo ministro do Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta ao pedido dos advogados do ex-presidente, que tentaram em assegurar o direito previsto em lei de acompanhar o enterro do irmão Vavá, nesta quarta-feira 30, que faleceu no dia anterior.

Minutos se passaram entre o despacho e o sepultamento de Vavá no Cemitério Pauliceia, em São Bernardo do Campo. Se a demora e da Justiça e da Polícia Federal já eram vistas como escárnio entre parentes e apoiadores, a liberação em cima da hora agravou essa impressão.

De acordo com o advogado Manoel Caetano Ferreira, Lula acredita que encontrar a família em um quartel seria um ‘vexame’. Além disso, os parentes podem visitá-lo na sede da Polícia Federal em Curitiba, sempre às quintas-feiras.

Segundo o deputado Paulo Pimenta, o presidente preferiu não se submeter “ao circo que Sérgio Moro armou”. “Lula não tem motivos para se encontrar às escondidas com a família como se isso fosse um favor do MPF e do Judiciário da turma da Lava Jato”, escreveu.

(Foto: Ricardo Stuckert)

Toffoli atendeu parcialmente o pedido da defesa e liberou o presidente para um encontro restrito a familiares em uma unidade militar próxima da cidade. Os parentes poderiam escolher levar ou não o corpo de Vavá até o local. Mas o irmão mais velho de Lula já havia sido enterrado.

De acordo com a presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, Lula considera a negativa judicial ‘pura maldade’. “Não posso fazer nada porque não me deixaram ir. O que eu posso fazer é ficar aqui e chorar”, disse a senadora, citando mensagem do ex-presidente transmitida à família, pela manhã.

Leia também: Preso no DOPS, Lula foi liberado para ir ao enterro da mãe nos anos 80

Idas e vindas

O pedido da defesa passou por várias mãos antes da decisão de Toffoli – mesmo garantido expressamente pela Lei de Execução Penal.

Na noite de terça, a PF decidiu que por questões de segurança, Lula só poderia ser levado para São Paulo em um helicóptero da corporação, mas todos eles estariam em Brumadinho (MG). O documento também apontou “risco a ordem pública”.

Diante dessa manifestações, a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução penal do petista, negou a saída no início da madrugada. Por volta das 5h da manhã, o desembargador Leandro Paulsen, em nome do TRF4, declarou que não havia “o que reparar” e manteve a decisão.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo