Política

Políticos reagem à fala de Guedes sobre AI-5: “governo de covardes”

Políticos repudiaram a fala de Guedes, que é uma nova menção vinda do governo Bolsonaro em relação ao Ato Institucional 5, da ditadura

Foto: Isac Nóbrega/PR
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Após Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmar que as pessoas não deveriam se assustar caso um novo AI-5 viesse com possíveis radicalizações de protestos, políticos se mobilizaram na manhã desta terça-feira 26 para repudiar a fala do ministro – a terceira do setor do governo que faz menção ao ato mais repressor da ditadura.

“Um governo de covardes”, escreveu o ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad. Também reagiram a filosofa Marcia Tiburi e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que mencionou a proposta de Jair Bolsonaro em aprovar o excludente de ilicitude para forças armadas sob operações de Garantia de Lei e Ordem, uma medida para conter protestos no País. “O governo está com medo e apela à violência e ataques à democracia.”

Pualo Guedes, que está em Washington D.C., nos Estados Unidos, afirmou que por conta dos discursos críticos ao governo vindo por parte ex-presidente Lula após ter deixado a prisão, era preciso praticar a democracia em relação aos adversários políticos. Logo depois, o ministro menciona o ato da ditadura.

“Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática”, afirma.

Lula também reagiu à fala sem mencionar diretamente Guedes. “Não fomos nós que elegemos um candidato que tem ojeriza à democracia”, escreveu.

O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) apontou uma “nova moda” em mencionar o AI-5. No mês anterior, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) disse que, caso as manifestações que ocorrem no Chile se replicassem no Brasil, o governo poderia pensar em um novo AI-5.

Na época, o General Heleno, que é Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, disse que Eduardo deveria “estudar como fazer, como conduzir” possíveis medidas de repressão à protestos no Brasil. Ele não criticou o deputado em sua fala, ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que quem falasse em AI-5 estaria “sonhando”.

 

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