Justiça

Políticos denunciam Sara Winter por exposição de dados de criança estuprada

Parlamentares dizem que extremista violou Estatuto da Criança e do Adolescente

Ativista bolsonarista Sara Winter. Foto: Reprodução/Twitter.
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A militante bolsonarista de extrema-direita Sara Winter foi denunciada na segunda-feira 17 por deputados da Frente Parlamentar da Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) por expor dados de uma criança de 10 anos que ficou grávida após ser estuprada.

Os deputados distritais Fábio Felix (PSol), Arlete Sampaio (PT) e Leandro Grass (Rede), que assinam o documento, dizem que Sara violou artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os parlamentares pedem a abertura de uma investigação pela Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente do Distrito Federal e pela Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

PSOL denuncia Sara ao MP

Também nesta segunda, o deputado federal Marcelo Freixo anunciou que o PSOL vai protocolar no Ministério Público uma representação contra a extremista que divulgou o nome e a localização da criança.

De acordo com Freixo, além do MP, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão será acionada pelo partido contra a mulher.

Sara perde suas contas

Nesta terça-feira 18, a extremista perdeu mais uma conta nas redes sociais. Desta vez, no Youtube, por onde Sara divulgou os dados da criança.

Segundo informou o Youtube, a plataforma tem “políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma e encerramos qualquer canal que viole repetidamente nossas regras”.

A decisão acontece após o Ministério Público do Espírito Santo acionar a Justiça e conseguir retirar a publicação das redes sociais.

Os promotores argumentaram que Sara Giromini desrespeitou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao expôr a identidade de uma menor de idade, vítima de violência.

Mais uma

Esta não é a primeira vez que Sara tem problemas como YouTube. Em junho, logo após ser presa pela Polícia Federal, a plataforma acabou com a monetização do seu canal. Segundo ela, a estimativa é de que suas perdas foram de 1,8 mil dólares mensais.

Mais recentemente, Sara também teve contas no Facebook e no Twitter suspensas por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator tanto do inquérito das fake news quanto do inquérito sobre os atos antidemocráticos.

O aborto

Pela gravidez ser fruto de um estupro, a menina tinha o direito garantido pela Constituição de passar por um processo de aborto.

O hospital em que a menina foi atendida em São Mateus (ES) se recusou a realizar o procedimento por ser uma gravidez em estágio mais avançado.

A criança foi então transferida para Recife, capital de Pernambuco, por determinação do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde mora.

Suspeito do crime foi preso

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), escreveu em uma rede social na manhã desta terça-feira 18 que o tio suspeito de estuprar e engravidar a sobrinha de 10 anos foi preso na madrugada.

“Que sirva de lição para quem insiste em praticar um crime brutal, cruel e inaceitável dessa natureza. Detalhes da operação serão repassada pela equipe segurança ainda hoje”, publicou o governador.

De acordo com o jornal A Gazeta, o homem foi preso em Betim, Minas Gerais, e será encaminhado ao Complexo Penitenciária de Xuri, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça.

Líder católico se manifesta

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, publicou uma mensagem nesta segunda-feira 17 em que se diz contra o procedimento de aborto que uma criança de 10 anos foi submetida após ser estuprada por seu tio em São Mateus, no Espírito Santo.

Segundo o líder católico, a interrupção da gravidez é um crime hediondo e que “não se justifica diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças”.

“Lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses”, completa Azevedo.

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