Justiça

Petrobras tenta impedir que trabalhadores atuem como mesários nas eleições, denunciam petroleiros

A alegação oficial é que, caso parte dos petroleiros seja chamada para atuar nas eleições, há risco de desabastecimento de combustíveis. O caso está no Tribunal Superior Eleitoral

Petroleiros em manifestação no Rio de Janeiro, em 2020. Foto: FUP
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A Petrobras estaria atuando para impedir que seus trabalhadores atuem como mesários nas eleições de outubro. A denúncia é da Federação Única dos Petroleiros, que representa a categoria, e foi levada ao Tribunal Superior Eleitoral nesta quarta-feira 3.

“Desde julho, a gestão da estatal tem se movimentado junto aos Tribunais Regionais Eleitorais para impedir que os empregados de unidades operacionais da empresa exerçam a função de mesários – mesmo aqueles que já tinham sido chamados pela Justiça Eleitoral”, relata a FUP.

Segundo os petroleiros, a atual gestão da estatal teria solicitado aos tribunais, via ofício assinado pela Gerência Setorial de Relacionamento com o Governo e Entidades Externas, a anulação das convocações de seus empregados.

A alegação é que, caso parte dos petroleiros seja chamada para atuar nas eleições, há risco de desabastecimento de combustíveis, além de aumento de custos para a empresa com o pagamento de horas extras.

Em nota, a FUP afirmou que considera o movimento da empresa  ‘um ataque ao processo eleitoral’ e evidência de ‘ingerência’ por parte da empresa. “Além de admitir que a companhia opera com efetivos reduzidos, expondo os trabalhadores a riscos e a jornadas extenuantes, como a FUP e seus sindicatos há tempos denunciam, a gestão da Petrobras ainda tem a cara de pau de não querer pagar a compensação pelos dias trabalhados na eleição.”

Para a entidade, além de barrar direitos constitucionais de livre participação, qualquer avanço no requerimento da Petrobras nos tribunais regionais poderia significar um ‘precedente perigoso’ contra as eleições deste ano. “Se seguido por outras empresas, poderá inviabilizar inclusive o próprio processo eleitoral. Isso porque a Justiça Eleitoral não teria mesários suficientes”, argumenta a FUP.

O pedido da entidade foi endereçado ao presidente da Corte, Edson Fachin. Em nota, a FUP ainda informou que tem advogados disponíveis para atender trabalhadores que queiram ser mesários, mas estejam sendo impedidos pela empresa.

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