Política

Parte da população que ainda apoia Bolsonaro ‘não tem caráter’, diz Daniel Peixoto

Para o cantor, apesar de existirem pessoas que se arrependem do voto no ex-capitão, muitas se identificam com valores homofóbicos, racistas e negacionistas

O cantor Daniel Peixoto, no clipe de 'Postal de Amor', realizado com a cantora Filipe Catto. Foto: Reprodução
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Prestes a lançar uma música neste mês e o álbum Tropiqueer em outubro, o cantor cearense Daniel Peixoto é uma figura marcante na cena LGBTQIA+ da música brasileira. O artista transitou entre a música eletrônica, a MPB e o reggae, desde quando era vocalista da banda Montage até lançar seus álbuns solo Massa (2017) e Mastigando Humanos (2019).

Nos últimos anos, porém, Peixoto sentiu na pele os reflexos do projeto político do governo de Jair Bolsonaro (PL), tanto no descaso sobre a pandemia e os profissionais da cultura quanto no incentivo ao discurso de ódio contra a população LGBTQIA+.

Para Peixoto, há uma dificuldade em se manifestar publicamente em relação ao atual governo. Primeiro, pelo receio da represália oficial do mercado. Segundo, pelo próprio ambiente de violência instaurado no País. No entanto, o artista, que vem de uma família que sempre esteve nas ruas, diz que tem sido impossível se manter em silêncio.

“Sei que estou correndo o risco da minha integridade física e moral, mas acho que a gente está em um momento em que não dá para ficar calado”, afirmou o cantor em entrevista a CartaCapital. “Se eu consigo dialogar com 100 mil pessoas, eu vou dialogar com 100 mil pessoas e tentar trazer a elas as informações que eu tenho.”

Uma das principais manifestações de Peixoto, em forma de arte, deu-se no clipe da música Postal de Amor, lançado em parceria com a cantora Filipe Catto em junho de 2021. Eles retratam a história de uma família que perde o pai para a Covid-19. Ao fim, publicam uma mensagem de solidariedade a quem perdeu um ente querido.

Peixoto diz perceber que, apesar de existirem pessoas arrependidas do voto em Bolsonaro, a insistência de parcela da população na reeleição do ex-capitão é uma “revelação de caráter”.

“Ao longo desses quatro anos em que a gente vem sofrendo com esse desgoverno, muitas dessas pessoas que tinham sido enganadas foram conseguindo entender. Mas existem pessoas que ainda apoiam o governo e que são machistas, homofóbicas, racistas e negacionistas da ciência. Essas pessoas não têm caráter“, declarou o artista.

A entrevista está disponível na íntegra no Instagram de CartaCapital, na aba de vídeos.

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