Economia

Para 75% dos brasileiros, Bolsonaro é o culpado pela inflação

Pesquisa Datafolha mostra que, a despeito do que diz o ex-capitão, população não acredita que responsabilidade da alta dos preços seja dos governadores ou consequência da guerra

Foto: EVARISTO SA / AFP
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A mais nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira 28, revelou que 75% dos brasileiros atribuem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a culpa pela alta dos preços no Brasil. O resultado mostra que os discursos do ex-capitão, que tenta jogar a responsabilidade para governadores e para o conflito no leste europeu, têm pouca aderência na população.

Ao todo, 36% indicam Bolsonaro como grande culpado pela inflação e outros 39% indicam que o ex-capitão teria apenas uma parcela da responsabilidade pelo descontrole nos preços. Só 21% dos entrevistados disseram acreditar que o presidente não tem qualquer responsabilidade sobre o tema.

O descontentamento na economia já havia sido identificado pela pesquisa Datafolha em setembro do ano passado.

Nem mesmo a base de apoio do presidente acredita que ele não tenha uma parcela de culpa sobre o descontrole da inflação no País. Ao todo, 75% dos eleitores declarados de Bolsonaro disseram que o ex-capitão tem ao menos um percentual de responsabilidade no tema.

A avaliação é compartilhada também por 72% do eleitorado evangélico, 75% dos eleitores do Centro-Oeste e 79% dos moradores da região Sul do Brasil. Todos os segmentos integram boa parte da base de apoio do atual presidente.

Para chegar aos resultados, o instituto entrevistou 2.556 eleitores. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

Inflação

O descontentamento sobre o descontrole de preços no Brasil não é injustificado. Em 12 meses, o País registrou alta de 10,54% no IPCA, sendo 1,01% só no último mês de fevereiro. O resultado é o pior para o mês desde 2015 e coloca o Brasil entre os três piores desempenhos do G20.

Itens básicos como combustíveis e alimentos foram os que mais subiram, tornando o impacto ainda mais significativo para a rotina da população brasileira. Cenoura, café moído e açúcar refinado são alguns dos itens rotineiros que integram a lista de principais vilões da inflação no período.

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