Para 42% dos brasileiros, discursos de Bolsonaro estimulam a violência, diz PoderData

A nova rodada da pesquisa PoderData, divulgada nesta sexta-feira 22, revela que 42% dos eleitores brasileiros acreditam que os discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL) estimulam a violência no País. Outros 48% disseram que os episódios de violência não teriam relação com o ex-capitão.

Esta é a primeira vez que a pergunta é feita na pesquisa, não sendo possível, portanto, comparações com outros levantamentos. A questão foi levantada na esteira dos ataques aos atos de apoiadores de Lula em eventos com a presença do ex-presidente e o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, a tiros por Jorge Guaranho, um policial penal bolsonarista.

O crime contra Arruda, segundo o MPF, teria motivações políticas, já que o atirador se incomodou com a decoração da festa de aniversário da vítima, que era inspirada em Lula e no PT. Desde que os fatos vieram à tona, o ex-capitão tem sido apontado por diferentes entidades e personalidades como motivador da violência política no País com seus discursos de ódio.

Na pesquisa desta sexta é possível ainda verificar que homens, moradores do Sul e brasileiros que integram as faixas mais abastadas de renda são os grupos que mais dizem não ver relação entre o aumento da violência e os discursos de Bolsonaro. O perfil é praticamente o mesmo ao daqueles que apontam voto no ex-capitão no recorte eleitoral da PoderData.

O levantamento ainda cruzou a resposta sobre violência com as avaliações ao atual governo: 89% daqueles que aprovam o trabalho da gestão Bolsonaro – a minoria dos entrevistados 41% – dizem não concordar com a afirmação que os discursos do presidente estimulam ataques, 20% acreditam que sim, Bolsonaro estimula a violência com seus posicionamentos e outros 20% não souberam responder.

Já entre aqueles que reprovam o trabalho do presidente – que somam 55% dos brasileiros e formam a maioria –, 68% apontam ver relação entre os temas. Nesta faixa, 44% dos entrevistados não souberam responder e só 6% discordam da afirmação.

Para chegar aos resultados divulgados nesta sexta-feira, foram entrevistados 3 mil eleitores entre os dias 17 e 19 de julho. A pesquisa, contratada pelo site Poder360, tem margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral é BR-07122/2022. Vale ressaltar que, quando cada grupo dos entrevistados é segmentado, a margem de erro pode variar. Os dados, neste caso, estão nas imagens.