Política

Orlando Silva: Eleição em São Paulo vai pavimentar caminho para derrotar Bolsonaro em 2022

Oficializado como candidato a prefeito de São Paulo pelo PCdoB, ele diz que campo progressista estará unido no discurso contra o presidente

Orlando Silva diz que campo progressista estará unido contra o bolsonarismo. Foto: Reprodução Orlando Silva diz que campo progressista estará unido contra o bolsonarismo. Foto: Reprodução
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O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) oficializou neste sábado 5 a candidatura do deputado federal Orlando Silva à prefeitura de São Paulo.

O anúncio ocorreu durante a convenção municipal do partido, transmitida pelas redes sociais.

A sigla lançou, também, 83 candidatos ao cargo de vereador, sendo 28 mulheres.  O nome do candidato a vice não foi oficialmente divulgado.

Em conversa com CartaCapital, logo após o evento, o candidato disse que a eleição na capital paulista pode ser um ensaio para derrotar o presidente Jair Bolsonaro em 2022. Na conversa, Silva também apontou que as candidaturas de Jilmar Tatto (PT) e de Guilherme Boulos (PSOL) estarão unidas com a dele mesmo sem uma frente ampla.

“Estaremos no mesmo campo para pavimentar o caminho para derrotar o bolsonarismo em 2022”, afirmou.

“A minha candidatura tem um caráter anti-Bolsonaro e eu sei que as candidaturas do Boulos e do Jilmar também têm. Isso nos faz compor um campo em defesa da democracia, dos direitos do povo e contra o desmonte realizado pelo presidente. É uma luta a favor do Brasil”, acresentou.

Leia os principais trechos da entrevista.

Novo ciclo político

Para Silva, a eleição de Bolsonaro em 2018 significou uma ruptura política com o que se consolidava desde a redemocratização do país.

“Aquele ciclo político iniciado com a redemocratização do país encerrou com a eleição de Jair Bolsonaro. É a hora de acreditarmos em alternativas novas e a hora de apresentar uma alternativa popular com espaço para mulheres e negros”, aponta.

“É preciso fazer política enfrentando problemas estruturais no país, como o racismo. O significado da nossa candidatura tem a ver com isso, com um novo ciclo político em que novos temas devem ser trazidos para a pauta”, completa.

Maior opositor

Na avaliação do comunista, o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas(PSDB), é o seu principal adversário junto com o governador do estado, João Doria (PSDB).

“O Doria-Covas não representou nada para a cidade. Não se conhece um programa, uma iniciativa, uma ação da prefeitura. O que mais se fala pelos tucanos é privatizar. Na prática, eles se aproximam da perspectiva do bolsonarismo”, critica.

“Eu diria que nosso esforço é desmascarar o governo do PSDB e ao mesmo tempo estabelecer uma alternativa, que incorpore a maioria da população”, afirma.

Frente ampla na esquerda

A união dos candidatos progressistas em São Paulo se dará no discurso e não em uma candidatura única, confirmou Silva.

Para chegar ao segundo turno, o deputado federal aposta na história de vida e experiência pública como diferenciais.

“O eleitor do Tatto e do Boulos merece o meu aplauso, pois são pessoas conscientes, mas eu tenho uma experiência de vida, que marcou a minha trajetória. Eu sou filho da periferia e conheço os problemas. Eu fui ministro de estado durante o governo do ex-presidente Lula e tenho experiência política da luta social e parlamentar”, declara.

Participação de Bolsonaro

O apoio do presidente, na visão de Silva, será um “peso” para o candidato que o tiver, pois “cresce a consciência de muita gente de que ele não tem nenhum tipo de responsabilidade com o País”.

Mesmo assim, em sua análise, “há candidatos de joelhos” para receber o apoio de Bolsonaro.

“Hoje, ainda não tem nenhum candidato exatamente identificado com Bolsonaro, mas há muita gente de joelhos para ele. Tem o Andrea Matarazzo [PSD] e para minha surpresa o Márcio França [PSB], em contradição com a sua própria bancada no Congresso Nacional, que é de oposição ao governo federal”, diz.

Planos para a cidade

Caso eleito, afirma Silva, a “obsessão será gerar emprego e garantir renda para o povo após a Covid-19”.

“A garantia de renda passa pela atitude prefeitura. Por exemplo, o prefeito tem que regulamentar o uso de aplicativos.  Todos conhecem alguém que trabalha em aplicativo, de transporte ou entrega. Tem que ter uma tarifa mínima que garanta dignidade para essas pessoas. Não é razoável um garoto trabalhar 16 horas por dia em uma bicicleta e receber um valor pequeno. Tem que ter uma tarifa mínima. A regulação da prefeitura pode gerar renda para os trabalhadores”.

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