Política

O impacto do apoio de Lula e Bolsonaro na disputa pelo governo de SP

Quaest mediu as intenções de voto em Haddad e Tarcísio quando apoiados pelos presidenciáveis; aliança entre Doria e Garcia também foi monitorada

Fotos: Divulgação; Ricardo Stuckert; Alan Santos/PR; e Wilson Dias/Agência Brasil
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A nova rodada da pesquisa Quaest, divulgada nesta quinta-feira 11, revelou que o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) cresce significativamente na disputa pelo governo de São Paulo quando tem seu nome associado ao de Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, o bolsonarista reúne 28% das intenções de voto ao ser apoiado pelo ex-capitão. No principal cenário geral, sem menção ao apoio do presidente, Tarcísio tem apenas 10 pontos percentuais, podendo chegar a 14 com a saída de alguns candidatos.

Ainda assim, o desempenho do bolsonarista não é suficiente para que ele ultrapasse Fernando Haddad (PT), que segue na liderança da disputa com larga vantagem, tendo apoio de Lula (PT) ou não. No cenário geral, sem menção ao ex-presidente, o petista tem 30% das intenções de voto. Já quando apoiado por Lula, Haddad chega a 39% da preferência dos eleitores. O desempenho neste caso é semelhante ao que ele teria em um cenário sem Márcio França (PSB) na disputa, quando consegue somar 37% das intenções de voto.

Para Felipe Nunes, cientista político e diretor da Quaest, a nacionalização da disputa, portanto, só é positiva para Tarcísio de Freitas, já que tanto Haddad, quanto Rodrigo Garcia (PSDB), apoiado por João Doria (PSDB), ficariam em um patamar muito próximo ao registrado no cenário geral.

“Quando combinamos a eleição nacional com a eleição estadual só Tarcísio ganha com a nacionalização do voto em São Paulo. Haddad e Garcia mantêm os mesmos percentuais de intenção de voto sem apoio. Tarcísio, ao contrário, sai de 14% para 28% quando é associado a Bolsonaro”, registra Nunes.

O pesquisador destaca ainda que o nível do desconhecimento do eleitor ao nome de Garcia faz com que seja difícil prever quem poderá ocupar a vaga no segundo turno para a disputa com Haddad. Isso porque o eleitor do estado registra estar buscando um candidato que não esteja ligado nem a Lula, nem a Bolsonaro.

“Embora tenha diminuído, a maioria dos paulistanos ainda prefere que vença um governador independente (38%). Ou seja, a demanda de São Paulo é por um governador parecido com Rodrigo Garcia, que é quem menos pontua hoje entre os 4 mais competitivos”, explica Nunes. “Mas vale lembrar que Garcia é muito pouco conhecido (73%). Isso pode ajudar a explicar porque a demanda por um nome independente não encontrou uma oferta ainda”, acrescenta o cientista político em seguida.

Para Nunes, os resultados mostram que ‘os três outros candidatos têm boas condições de ocupar o segundo lugar na corrida eleitoral a depender da variável usada para projetar potencial de votos’, o que deixaria a disputa de segundo turno em aberto a cinco meses das eleições.

Vale registrar ainda que Haddad, apesar de ter a maior rejeição (50%) entre os pré-candidatos, foi o único que cresceu em intenções de votos desde março e aparece na liderança com boa margem de vantagem em todos os cenários pesquisados pela Quaest. Ele também vence qualquer candidato em eventuais disputas de segundo turno.

 

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