Política

No Ato pela Terra, Caetano Veloso diz que Brasil vive ‘maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização’

Artistas e movimentos sociais protestam contra o ‘pacote da destruição’, composto por projetos que aumentariam o desmatamento e a violência contra povos indígenas

Caetano Veloso diante do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Ato pela Terra. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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O cantor Caetano Veloso condenou projetos de lei em análise no Congresso Nacional durante discurso nesta quarta-feira 9, no Ato pela Terra, uma mobilização de artistas e movimentos sociais contra o que chamam de “pacote de destruição”.

De acordo com os dirigentes do protesto, o conjunto de propostas contribuiria para o aumento do desmatamento, da mineração em terras indígenas e da violência contra povos tradicionais.

São quatro projetos que geram preocupação imediata, segundo a mobilização: o PL 6.299, que flexibilizaria o uso de agrotóxicos; os PLs 2.633 e 510, que facilitariam a privatização de terras; o PL 3.729, que afrouxaria as regras para o licenciamento ambiental; e os PLS 490 e 191, que alterariam as demarcações de terras indígenas e favoreceriam a mineração nessas áreas.

Na condição de porta-voz, Caetano leu um texto diante do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante uma audiência na Comissão do Meio Ambiente.

O artista expressou preocupação com o aumento de tragédias ambientais no Brasil, como em Minas Gerais, na Bahia e no Rio de Janeiro, e acusou a perda de controle sobre o desmatamento, o aumento da violência contra indígenas, a redução de proteções sociais e ambientais e a diminuição de credibilidade internacional.

“O País vive hoje sua maior encruzilhada ambiental desde a redemocratização”, afirmou. “Os projetos de lei ora em pauta podem tornar a situação mais grave: poderão facilitar o desmatamento, permitir a mineração e o garimpo em terras indígenas e desproteger a floresta contra a grilagem e os criminosos.”

O cantor também compareceu ao protesto organizado em frente ao Congresso Nacional, com a presença de milhares de pessoas e discursos de artistas como Lázaro Ramos, Christiane Torloni, Daniela Mercury e Bela Gil.

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