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New York Times: Bolsonaro decidiu ir à Rússia após não receber ligação de Biden

A informação foi confirmada ao veículo por dois funcionários de alto escalão da gestão norte-americana

Jair Bolsonaro e Joe Biden. Fotos: AFP
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Reportagem publicada nesta terça-feira 15 pelo jornal The New York Times afirma que o presidente Jair Bolsonaro cobrou de autoridades norte-americanas um convite para visita ou ao menos um telefonema do presidente Joe Biden e alertou que, se não recebesse o contato, buscaria se reunir com um líder de outra grande potência.

A informação foi confirmada ao veículo por dois funcionários de alto escalão da gestão Biden.

Bolsonaro desembarcou em Moscou na manhã desta terça e tem encontro marcado com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta 16. O ex-capitão foi recebido pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov.

A viagem ocorre em meio a uma escalada na tensão entre a Rússia e a Ucrânia, um conflito que mobiliza potências como Estados Unidos e Alemanha e pode ter impactos significativos sobre todas as regiões do globo.

A matéria do New York Times, assinada pelos jornalistas Jack Nicas e Anton Troianovski, trata da investida diplomática do governo Putin sobre a América Latina.

Destaca, por exemplo, a chegada da vacina russa Sputnik V a Argentina, Venezuela, Nicarágua, Bolívia e Paraguai. Apesar disso, os laços comerciais ainda têm de ser fortalecidos: em 2019, países da América do Sul exportaram o equivalente a 5 bilhões de dólares para a Rússia, uma baixa quantia se comparada à das exportações para os Estados Unidos (66 bilhões de dólares) e, principalmente, para a China (119 bilhões), segundo dados da Universidade de Harvard.

De acordo com o jornal norte-americano, ao não receber uma ligação de Biden até dezembro, Bolsonaro aceitou um convite de Putin para viajar a Moscou, o que desagradou a Casa Branca. Oficiais dos Estados Unidos teriam, inclusive, ligado para integrantes do governo Bolsonaro a fim de expressar preocupação quanto ao timing da ida do presidente brasileiro a Moscou, no auge das tensões com a Ucrânia.

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