Política

Não temos culpa de nada, diz Bolsonaro sobre o relatório final da CPI da Covid

Ele voltou a fazer propaganda do ineficaz tratamento precoce, apontado pela comissão de inquérito como causador de milhões de mortes

Foto: Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro rebateu as acusações contidas no relatório final da CPI da Covid no Senado apresentado nesta quarta-feira 20 em que senadores pediram o seu indiciamento por 10 crimes durante a pandemia, entre eles crime contra a humanidade e intenção de causar epidemia.

Em evento na cidade de Russas, no Ceará, Bolsonaro disse não ter ‘culpa de absolutamente nada’ e ter ‘certeza de que fez a coisa certa’ durante a pandemia da Covid-19 no Brasil.

“Como seria bom se aquela CPI tivesse fazendo algo de produtivo para o Brasil. Tomaram tempo do ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram, a não ser o ódio e o rancor entre algum de nós. Sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, se defendeu o ex-capitão.

Em seguida, Bolsonaro voltou a fazer propaganda do ineficaz tratamento precoce, apontado pela comissão de inquérito como causador de milhões de mortes no Brasil.

“Dizer a vocês, que no momento que ninguém sabia como tratar aquela doença, eu tive a coragem de me apresentar, depois de ouvir muita gente, em especial médicos, para uma possível solução”, disse. “Se não tem um remédio específico, o médico, segundo o Conselho Federal de Medicina, tem essa liberdade e o dever de buscar uma alternativa ouvindo o paciente e a família do mesmo”, acrescentou em seguida, repetindo parte das declarações que embasaram o pedido de indiciamento na CPI.

No discurso, Bolsonaro também não explicou os motivos do cancelamento do evento que faria o lançamento do Auxílio Brasil, programa que irá substituir o Bolsa Família, previsto para esta terça-feira 19. O presidente se limitou a reafirmar o valor de 400 reais e garantiu que não irá furar o teto de gastos para fazer o pagamento do auxílio.

“Ontem nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração para o antigo Bolsa Família, agora chamado Auxílio Brasil, de 400 reais”, afirmou. “Temos a responsabilidade de fazer com que esses recursos venham do próprio orçamento da União. Ninguém vai furar teto, nem vai fazer nenhuma estripulia no orçamento”, garantiu em seguida.

Novamente, o presidente lamentou as dificuldades de ser presidente e voltou a repetir que o que lhe conforta é saber que ‘não tem um comunista’ sentado em sua cadeira.

 

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