Política

Rui Costa é reeleito governador da Bahia

Petista chegou a 75,5% dos votos e decidiu as eleições já no primeiro turno

Rui Costa, do PT, foi reeleito governador da Bahia. Ele superou o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), aliado de ACM Neto
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A Bahia reelegeu o petista Rui Costa para mais quatro anos de mandato. Com 75,5% dos votos, Costa superou o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), aliado de ACM Neto, que foi escolhido por apenas 22,2% dos eleitores até o momento.

Filho de pai metalúrgico e mãe dona de casa, Rui Costa se formou em economia na Universidade Federal da Bahia. Envolveu-se na política nos 1980, com sindicatos da área petroquímica e ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores. Em 2001, elegeu-se vereador de Salvador – e seria reeleito quatro anos depois. Em 2010, conseguiu ser eleito deputado federal.

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A reeleição tem a ver com dois pontos aprovados pela população na última gestão: investimentos na área da mobilidade urbana e na rede de saúde com a construção do Hospital da Mulher. Durante a campanha, ele apostou na imagem do “Rui Correria”, com pressa em melhorar a qualidade de vida da população.

Os 41 quilômetros que fazem do metrô de Salvador o terceiro maior do país também colocaram nos trilhos a perspectiva da continuidade. Parado por 14 anos, a obra concluída por Rui se relaciona com a popularidade dos mandatos do ex-governador Jacques Wagner (PT), candidato ao Senado, e com o legado social do ex-presidente Lula.

Ambos os políticos vivem na memória dos baianos impactados com a chegada de cinco universidades federais,  a construção de 240 mil moradias do Minha Casa, Minha Vida, além de programas de acesso à água, à energia e das campanhas de alfabetização.

Os desafios do próximo governo
Rui Costa terá de lidar com questões na área da segurança. A visão conservadora e a defesa intransigente da polícia tiveram no episódio do Cabula, chacina que assassinou 12 jovens no bairro da periferia de Salvador e até hoje indigna pela impunidade dos autores, o momento de maior desgaste do governo em relação às comunidades pobres e aos defensores dos direitos humanos.

A contratação de mais de seis mil policiais e a renovação completa da frota veicular não trouxeram a pacificação. O medo de andar à noite nas ruas da capital e do interior coloca a Bahia como um dos lugares mais inseguros do país, somente em 2017, sete mil mortes violentas foram registradas.

A questão econômica pesa no aumento da criminalidade. A depressão nacional afetou os baianos, cujo número de desempregados atinge 18%, índice acima da média nacional. O custo de vida menor em comparação com o sul e sudeste – é possível comprar acarajé e água de coco na Lapa baiana por dois reais, por exemplo – e a inserção de milhões de cidadãos no Bolsa Família, que fazem da Bahia o estado com o maior número de contemplados pelo programa, amenizam mas não resolvem a situação sobretudo em tempos de corte de repasses da União.

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