‘Não acredito em terceira via’, diz Arthur Lira

O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) afirmou, em um evento organizado pelo banco BTG Pactual nesta terça-feira 25, que se assiste a um “debate polarizado” na CPI da Covid, e que os senadores estariam “fazendo mais discursos do que interrogando pessoas” nos depoimentos realizados até o momento.

O deputado voltou a defender que este não é o momento para realizar uma investigação acerca das responsabilidades pelas quase 450 mil mortes ocasionadas pela Covid-19 no Brasil.

“Todas as pessoas que cometeram erros neste momento vão pagar, vão ser responsabilizadas eleitoralmente, penalmente, civilmente, mas não podemos permitir que o Ministério da Saúde perca o foco do combate à pandemia. Assistimos um debate polarizado, os senadores fazendo mais discursos do que interrogando pessoas”, criticou Lira.

Lira também falou de uma pauta sensível ao governo de Jair Bolsonaro no Congresso, que é a possibilidade da retomada do voto impresso para 2022. O que vem sendo discutido, avalia ele, não se trata do fim das urnas eletrônicas, mas sim da auditoria do voto. Lira ressaltou entretanto que, até hoje, não foram identificadas fraudes vindas do atual sistema de votação eletrônica.

“Hoje temos uma parte da sociedade e parte do Congresso que querem auditar o voto, e temos uma Justiça Eleitoral para dirimir essas dúvidas”, disse o presidente.

“Não acredito em terceira via”

Ainda sobre 2022, Lira também mencionou não acreditar em “terceira via” para a próxima corrida eleitoral, protagonizada, até então, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por Bolsonaro. “Não acredito no Brasil em terceira via. Não houve desde 1989. O mais próximo que já se chegou foi com Marina Silva em 2014, porém na eleição seguinte já dissolveu como candidata”, opinou.

Em um afago ao mercado, o presidente da Câmara também afirmou que “nunca tivemos um alinhamento de astros tão perfeito com um governo liberal e um Congresso reformador”, e mencionou a tramitação da reforma administrativa, que já recebeu um parecer positivo da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A intenção é que as novas regras já passem a valer em 2022, mas que não se convertam em aumento de impostos.

“Quero colocar em discussão, se todos nós tivemos paciência para esperar um relatório por 24 meses. Não podemos nos açodar e dizer como vamos votar um tema. Vamos para essa discussão, mas para uma reforma possível. O ideal é o que a gente conseguir aprovar”, afirmou Lira.

*Com informações da Agência Câmara