Política

Mourão: Moraes deve ter visto ‘indícios fortes’ para autorizar operação contra Salles

O vice, no entanto, evitou comentar sobre a possibilidade de afastamento de Salles: ‘Isso aí é decisão do presidente’

Foto: Marcos Corrêa/PR
Apoie Siga-nos no

O vice-presidente Hamilton Mourão declarou nesta quinta-feira 20 que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, “provavelmente reconheceu que existem indícios fortes” a justificar a Operação Akuandaba, que teve como um dos alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“Toda história tem dois lados, por isso que tem que fazer uma investigação policial. Não se pode condenar a priori. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao autorizar isso, provavelmente reconheceu que existem indícios fortes. Senão, ele não teria autorizado. Vamos aguardar“, disse o general a jornalistas em Brasília.

Mourão evitou comentar sobre a possibilidade de afastamento de Salles do cargo. “Isso aí é decisão do presidente. O ministro conversou com o presidente. O presidente deve ter considerado as razões que ele apresentou e aguarda aí o desenrolar dessa investigação“, acrescentou.

Na quarta-feira 19, o ministro do Meio Ambiente foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal em uma operação que investiga crimes contra a administração pública envolvendo a exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e a Europa.

Salles é suspeito de beneficiar empresários do ramo madeireiro. Em trechos da investigação descritos na decisão de Moraes, obtida por CartaCapital [leia a íntegra], a PF aponta um conluio entre servidores do Ibama diretamente nomeados por Salles e as empresas do ramo madeireiro para a exportação e a regularização da situação da madeira extraída no País.

Nesta quinta, a oposição parlamentar ao governo Bolsonaro acionou a Justiça contra Salles. A bancada do PT na Câmara dos Deputados foi ao STF e pediu o afastamento imediato do ministro.

“A atuação do ministro do Meio Ambiente, na sequência dos acontecimentos, revela um total descolamento das atribuições do cargo que exerce, que deveria se pautar pela defesa do meio ambiente e pela fiscalização de atividades ilegais que resultam em dano ao patrimônio ambiental brasileiro”, justificam os deputados.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), por sua vez, protocolou uma ação popular na Justiça Federal pelo afastamento do ministro por desvio de finalidade superveniente e violação às normas da Constituição da República.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar