Política

Ministro da Defesa e Forças Armadas apresentam notícia-crime contra Ciro Gomes

Titular e comandantes acusam o pedetista de ‘propalar fatos inverídicos’ sobre as Forças Armadas; ex-governador reage e vê ação política contra sua candidatura

O presidenciável Ciro Gomes. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O Ministério da Defesa e as Forças Armadas protocolaram na quinta-feira 23, na Procuradoria-Geral da República, uma notícia-crime contra o presidenciável Ciro Gomes (PDT) por supostamente “propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito ou a confiança que estas merecem do público”.

O documento é assinado pelo ministro de Estado da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

A peça ainda acusa o pedetista de “incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”. As declarações de Ciro foram dadas na terça-feira 21 em entrevista à rádio CBN.

“O Ministério da Defesa e as Forças Armadas repudiam, veementemente, as irresponsáveis declarações do senhor Ciro Ferreira Gomes, que acusou as Forças Armadas de serem coniventes com o crime organizado na Amazônia”, diz a nota. “Tais acusações levianas afetam gravemente a reputação e a dignidade dessas respeitadas Instituições da Nação brasileira, cuja honra, valores e tradições se confundem com a própria identidade do povo brasileiro”.

O ministro e os comandantes ainda dizem que “não é admissível, em um estado democrático, que sejam feitas acusações infundadas de crime, sem a necessária identificação da autoria por parte do acusador”.

Nesta sexta-feira 24, o presidenciável reagiu e afirmou que “a nota tenta distorcer a crítica ao notório descontrole que impera, em áreas da Amazônia, onde uma holding do crime age impunemente”.

“Em nenhum momento disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa”, escreveu Ciro. “Afirmei -e reafirmo- que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão”.

O pedetista classificou a iniciativa como uma ação política contra a candidatura dele. “Não me surpreende que ação parta de um ministro da Defesa que, possivelmente obedecendo ordens de seu comandante supremo, vem se notabilizando por tentativas de interferência no processo político”.

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