Política

Marília Arraes, após sair do PT: ‘Passei anos em disputa interna, mas chegou o limite’

Agora no Solidariedade, a postulante ao governo de Pernambuco reagiu a declarações do adversário Danilo Cabral (PSB): ‘Deve estar bastante receoso da nossa candidatura’

A deputada federal Marília Arraes (Solidariedade-PE), candidata a governadora em Pernambuco. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Marília Arraes negou ter mágoas após anunciar a sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores para disputar o governo de Pernambuco pelo Solidariedade, liderado por Paulinho da Força.

Em entrevista ao programa Direto da Redação, do canal de CartaCapital no YouTube, a ex-petista declarou que os problemas que levaram à sua saída foram locais.

“Em relação a mágoa, eu não faço política com mágoa, com ódio, de jeito nenhum. A gente tem que ter consciência que os embates não são em relação a uma pessoa, mas a projetos”, afirmou a pré-candidata a governadora.

Arraes disse que a decisão de se desfiliar do PT foi “dolorosa”, por manter identificação com o projeto do partido, especialmente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A deputada estava no PT desde 2016, após passar mais de dez anos no PSB.

“Me doeu muito”, afirmou. “Passei anos tentando fazer uma disputa interna, mas acho que todo mundo tem o seu limite, e o meu chegou.”

Segundo ela, a escolha pelo Solidariedade se deu pela garantia de que haveria apoio nacional do partido a Lula. Conforme mostrou CartaCapital, porém, o pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral, disse que não há possibilidades de Lula apoiar Arraes, segundo conversa que teria tido com o ex-presidente.

“Ele está falando isso porque deve estar bastante receoso da competitividade da nossa candidatura”, disse Arraes, em reação às declarações de Cabral. “É como eles sempre fazem, tentar resolver a eleição antes da eleição. É tentar retirar do páreo candidaturas competitivas. E agora a minha candidatura fugiu do controle deles.”

A deputada afirmou ainda que oferece apoio “incondicional” a Lula, enquanto o PSB se opõe ou apoia o PT quando considera “conveniente”. Ela disse ter tido uma conversa “tranquila” com o ex-presidente sobre a sua saída.

Arraes anunciou nesta sexta, em coletiva de imprensa, a decisão de se lançar pré-candidata a governadora pelo Solidariedade. Dias atrás, havia publicado uma nota dura nas redes sociais em que disse que o seu nome estaria sendo utilizado em negociações do PT pernambucano sem a sua autorização.

A congressista também relembrou a decisão do PT de impedir a sua candidatura ao governo de Pernambuco em 2018, em troca do compromisso do PSB de não apoiar Ciro Gomes (PDT). Em 2020, ela concorreu à Prefeitura de Recife contra o primo João Campos (PSB) e acabou derrotada.

“Algo que me ofende bastante é dizer que é um projeto pessoal. Se eu quisesse um projeto pessoal ou uma zona de conforto, eu estaria em uma eleição bastante provável para deputada federal ou para o Senado”, afirmou.

Assista, a seguir, à entrevista na íntegra:

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