Política

Lula diz não acreditar em 3ª via: ‘Será uma eleição polarizada, mas a gente não deve ter medo’

Em entrevista a uma rádio do Tocantins, o ex-presidente comparou a polarização eleitoral a um jogo de futebol e enalteceu o vice Geraldo Alckmin: ‘Extraordinário’

Foto: Divulgação Lula/Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou a possibilidade de que um candidato da chamada terceria via consiga chegar aos segundo turno da eleição presidencial neste ano.

Em entrevista à Rede Conexão 98 FM, do Tocantins, nesta terça-feira 19, o petista fez comparações entre o atual cenário eleitoral, em que ele e o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem à frente nas pesquisas, e um jogo de futebol.

“Não acredito que surja a terceira via. Acho que vai ser uma eleição polarizada, mas a gente não tem que ter medo de polarização. Você viu o jogo polarizado entre Flamengo e São Paulo no domingo. Você viu a polarização entre o Liverpool e o Manchester City na Inglaterra. Ou seja, a polarização existe sempre que tem duas pessoas disputando, dois times jogando, dois países em conflito”, afirmou o ex-mandatário.

Lula dedicou parte da entrevista a criticar a política adotada pelo governo para a Petrobras, que, segundo ele, é responsável pelo encarecimento dos combustíveis.

Entre as principais queixas estão a vinculação dos preços internos ao mercado internacional e a privatização de empresas ligadas à Petrobras, como a BR Distribuidora, a Liquigás e refinarias.

“Convenceram a sociedade de que se começassem a privatizar a BR ia ter mais empresas competindo e que isso ia facilitar a redução do preço da gasolina. E hoje nós ganhamos 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos em dólar”, declarou. “Somos autossuficientes em petróleo. Não é possível uma pessoa gastar 400 reais para encher o tanque de um Gol.”

Lula também criticou o governo Bolsonaro pela falta de iniciativas para investigar práticas de corrupção. O ex-presidente citou como exemplo o decreto que manteve o sigilo de 100 anos sobre o processo que livrou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de punição nas Forças Armadas. O procedimento administrativo se refere ao episódio em que o general participou de ato político, em 23 de maio do ano passado, sem o aval do Exército.

Questionado sobre a aliança com o ex-tucano Geraldo Alckmin, hoje no PSB, Lula disse ter expectativas de que o ex-governador de São Paulo seja “excepcional” na vice-Presidência.

“Ele tem experiência”, afirmou, dando destaque à passagem do novo aliado como chefe do Palácio dos Bandeirantes. “Estou convencido de que ele será um extraordinário vice.”

Na entrevista, Lula aproveitou para enaltecer o pré-candidato ao governo do Tocantins Paulo Mourão (PT). Também fez um breve comentário sobre a possibilidade de a senadora Kátia Abreu (PP-TO) tentar a reeleição em uma chapa com o PT, apesar de estar no partido de Ciro Nogueira, ministro de Bolsonaro. A parlamentar foi ministra da Agricultura de Dilma Rousseff (PT) e apoiou a ex-presidenta durante o impeachment de 2016.

“Se ela quiser fazer um acordo com o nosso querido Paulo Mourão e participar da nossa chapa, a gente não tem problema nenhum de conversar com a Kátia Abreu. Seria muito bem-vinda. Agora, se ela fizer outra opção, de sair com outra chapa, lamentavelmente a gente vai estar em palanques diferentes. Mas isso não faz com que eu não a respeite.”

Lula deve lançar oficialmente a sua pré-candidatura em 7 de maio, em São Paulo. De acordo com análise da Eurasia nesta terça, o ex-presidente tem 70% de chances de vitória na eleição, contra 25% de Bolsonaro.

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