Política

Lula confirma que revogará os sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro

O petista se diz contrário à PEC do senador vitalício, que visa blindar o atual presidente, e descarta golpe: “As Forças Armadas são mais responsáveis que Bolsonaro’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante discurso no município pernambucano de Serra Talhada. Foto: Reprodução
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O ex-presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira 27 ser contrário à Proposta de Emenda à Constituição que cria o cargo de senador vitalício, destinado a quem já ocupou a presidência da República.

A discussão, feita por parlamentares do Centrão, busca uma espécie de saíra honrosa e uma blindagem para o presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de derrota na eleição deste ano.

“Senador tem de ser eleito. Eu sou contra”, disse Lula em entrevista ao UOL. “Sou contra inclusive a figura do suplente. Tem cara que coloca o tio, sobrinho, isso não é sério. O segundo colocado deveria ser o substituto dele”.

Na conversa, o petista também declarou que, caso seja eleito, pretende revogar os sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro sobre investigações durante a sua gestão.

“Eu não conheço na história deste País alguém fazer um decreto de 100 anos para proteger seus familiares e seus ministros. É lógico que tem de revogar”, reforçou o ex-presidente.

Questionado sobre a participação dos militares nas eleições, Lula declarou que eles não têm que opinar sobre o sistema eleitoral brasileiro. “As Forças Armadas não têm que dar palpite em urna. Urna é uma questão da sociedade civil, uma questão do Congresso Nacional, dos partidos e da Justiça Eleitoral”, disse.

Quanto ao possível cenário de golpe estimulado pelo ex-capitão, o petista afirmou que não acredita que as Forças Armadas vão embarcar em uma ruptura democrática. “Essas bobagens do Bolsonaro não têm o apoio dos militares da ativa, do alto comando”, afirmou.

“Temos de ter em conta que os militares são mais responsáveis que o Bolsonaro. Eu não tenho queixa do comportamento das Forças Armadas, mantive 8 anos de convivência da forma mais digna possível”, acrescentou.

Segundo Lula, se Bolsonaro “começar a brincar com a democracia vai pagar um preço muito alto”.

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