Política
Idas e vindas da esquerda na tentativa de criar um bloco na Câmara
Presidente do PSB atirou para vários lados na busca de uma cadeira na Mesa Diretora
Enquanto Rodrigo Maia (DEM) nada de braçadas em direção a reeleição na Câmara dos Deputados, siglas à esquerda continuam patinando na missão de construir um bloco que, se já não tem força para levar a disputa da presidência para o segundo turno, ao menos mira em se manter como oposição e conquistar uma cadeira da Mesa Diretora. A votação acontece na próxima sexta-feira, 1º.
O PT, PSOL e PSB ensaiam há algumas semanas uma formação que até agora não está certa. O que une os três, principalmente, é a recusa em apoiar a candidatura de Maia – que está com o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. PSB, porém, tem outro interesse em particular.
Tanto PT como PSOL esperam uma posição do presidente do PSB, Carlos Siqueira, sobre se a legenda está dentro ou fora do bloco. Siqueira, porém, não para de fazer cálculos: não está convencido de que o número de deputados das três siglas – 98 parlamentares – seja suficiente para conquistar a almejada cadeira na Mesa Diretora – que PT e PSOL já colocaram à disposição do PSB caso consigam a vaga.
Diante dos microfones, ele insistia que ainda existe chances de trazer PCdoB e PDT para o bloco.
PCdoB, porém, não deixará de apoiar Maia, que tem em suas mãos a decisão sobre a instauração ou não da CPI da UNE, que investigaria possíveis irregularidade no desvio de verba pública e poderia respingar no partido. O demista segura esse favor há quase dois anos para a sigla comunista.
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O PDT de Ciro Gomes, por sua vez, não tem nenhum interesse em associar com o PT.
Paralelamente ao bloco à esquerda, Siqueira conversava com PP e MDB. Juntos eles superariam o bloco da esquerda – com 103 parlamentares. A hipótese ficou apenas na especulação de Siqueira. Ambas as siglas anunciaram ontem apoio a Maia.
Diante dos gravadores, insiste na retórica de que ainda há possibilidade de trazer do PCdoB e o PDT para o bloco – ambos já disseram que estão com Maia.
Paralelamente a isso, Siqueira manteve conversas com o PP e o MDB até segunda-feira, 28, quando ambas as siglas decidiram por também apoiar o demista.
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Mesa
A Mesa Diretora da Câmara é composta por 11 cadeira. Com exceção da vaga de presidente, as outras vagas – dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes – são definidas a partir do número de deputados que compõe cada bloco formado. Assim, quanto maior o número de parlamentares no bloco, mas chance de conseguirem uma cadeira.
Dentro das funções dos parlamentares que compõe a Mesa está a direção dos trabalhos legislativos e administrativos da Casa, como priorizar as demandas do processo legislativo.
Tudo ou nada
A existência do bloco depende da decisão do PSB, que a cada dia que passa reduz o leque de possibilidades para sua legenda. Segundo parlamentares, o PSOL não manteria a aliança com PT sem a presença de outras siglas que formasse um bloco mais amplo, disposto a ser oposição. Não à toa a sigla convidou a Rede – que tem apenas uma deputada – para juntar-se ao grupo.
A reunião para fechar essa história estava marcada para segunda-feira, 28, mas foi remarcada para a noite de quarta-feira 30, antevéspera da eleição da Câmara. Em dois dia muita água pode rolar.
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