Política

Foro de São Paulo pede reação a avanço da direita na região

Apesar do terreno conquistado em países como Brasil, Argentina, Chile e Peru, participantes afirmam que a esquerda segue de pé

Apoiadores do governo de Nicolás Maduro seguram cartaz de Simón Bolívar em meio à realização do Foro de São Paulo em Caracas (Foto: Federico Parra/AFP)
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Aos gritos de “Não ao intervencionismo”, participantes do Foro de São Paulo, reunidos neste sábado 27 em Caracas, expressaram seu apoio ao governo venezuelano, ao mesmo tempo em que afirmaram a necessidade de renovar a esquerda diante do avanço de governos de direita na região.

Centenas de militantes governistas marcharam no centro de Caracas até um palanque, onde partidários da esquerda de vários países faziam discursos em repúdio ao “intervencionismo” na Venezuela, cujo governo atribuiu a pior crise de sua história recente a sanções e bloqueios dos Estados Unidos.

O foro, celebrado entre 25 e 28 de julho, discute “a necessidade de uma unidade continental para frear os avanços da extrema direita e da direita no continente”, disse à AFP o ex-guerrilheiro colombiano Rodrigo Granda.

“A direita avançou em parte por alguns erros nossos, por outro lado por uma política criminosa de terror e estamos vendo isso país a país, em cada uma das partes do continente”, disse Granda, ex-integrante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Esquerda segue de pé

Apesar do terreno conquistado pela direita em países como Brasil, Argentina, Chile e Peru, participantes do Foro de São Paulo – criado em 1990 no Brasil – afirmam que a esquerda segue de pé.

“Este foro nos reanima (…) porque tem gente que está desanimada com uma guerra que busca afetar a psiquê”, afirmou Carmen Esparragosa, advogada de 47 anos, que agitava um cartaz com a foto do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013).

Enquanto isso, o parlamentar opositor Stalin González acusava o “regime” de Nicolás Maduro de “desperdiçar milhões de dólares organizando foros que não trazem nenhuma solução aos problemas reais do país”, enquanto “a Venezuela padece a maior emergência humanitária da região”.

Diosdado Cabello, presidente da governista Assembleia Constituinte, que rege o país com poderes absolutos, saiu ao largo das críticas, ao afirmar que “a vigência do foro e a união dos movimentos de esquerda está doendo na direita”.

Entre a multidão destacavam-se cartazes com o rosto do ex-presidente Lula, preso desde 2018 na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado por corrupção.

“Abaixo o governo opressor do Brasil, abaixo (Jair) Bolsonaro, Lula livre!”, exclamavam os ativistas brasileiros presentes.

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