Política

“Foi um divórcio consensual”, diz Bolsonaro sobre demissão de Mandetta

Presidente aproveitou a ocasião para mandar recado a governadores e prefeitos sobre medidas de isolamento, às quais ele ‘não foi consultado’

(Foto: Reprodução/TV Brasil)
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No meio da epidemia do coronavírus, que já deixou mais de 1,9 mil mortes no País e tem, até o momento, cerca de 30 mil infectados, o presidente Jair Bolsonaro exonerou o agora ex-ministro Luiz Henrique Mandetta do cargo de chefia do Ministério da Saúde e nomeou, no lugar dele, o médico oncologista Nelson Teich. Em seu primeiro pronunciamento, o novo ministro garantiu: “existe um alinhamento completo entre mim e o presidente”.

A fala de Teich foi antecipada por um longo discurso do presidente da República, que, mesmo em um tom mais ameno do que o que geralmente usa em seus embates políticos, fez ataques à defesa dos governadores às medidas de isolamento social e ao auxílio pedido pelos estados e municípios para subsidiar a perda de arrecadação gerada pela crise – pacote aprovado pela Câmara e rechaçado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Em nenhum momento eu fui consultado sobre medidas adotadas por grande parte dos governadores e prefeitos. Eles sabiam o que estavam fazendo, o preço vai ser alto. Eles tinham que fazer alguma coisa? Tinham. Mas, se por ventura exageraram, não botem mais essa conta nas costas do nosso sofrido povo brasileiro”, disse Bolsonaro.

Sobre Mandetta, que caiu principalmente por defender as medidas propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por criticar, em entrevista ao programa Fantástico, o duplo tom dado à pandemia, Bolsonaro afirmou que houve um “divórcio consensual” e agradeceu o ministro pelo trabalho feito.

“Ao longo desse tempo, é direito do ainda ministro defender o seu ponto de vista como médico. Entender a questão do emprego não foi [feito] da forma que eu achava, como chefe do executivo, que deveria ser tratada. Não condeno, reprimo, ou critico o ministro Mandetta – ele fez aquilo que como médico achava que deveria fazer”, disse.

No discurso, Bolsonaro disse que nunca havia colocado a economia acima da vida – apesar de suas recorrentes ilações de que o coronavírus era uma “gripezinha” ou uma “chuva” que atingiria a todos. Ao longo de sua fala, ressaltou que espera que o Brasil “volte à normalidade o mais breve possível” e que o governo não poderia manter a renda básica emergencial, que foi articulada pelo Congresso e pelo governo federal, por muito tempo.

A expectativa, agora, é que o novo ministro da Saúde se reúna com a equipe de Mandetta para realizar um processo de transição entre as gestões.

Veja os discursos completos abaixo:

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