Política

Fachin: Brasil pode sofrer atentado mais grave do que a invasão ao Capitólio

O atentado promovido por apoiadores de Donald Trump no ano passado deixou cinco pessoas mortas

O ministro Edson Fachin, do STF. Foto: Sergio Lima/AFP
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, disse nesta quarta-feira 6, em palestra nos Estados Unidos, que o Brasil pode passar por um episódio de ataques às instituições ainda mais grave do que o ocorrido na invasão ao Capitólio, a sede do Congresso norte-americano, localizado em Washington. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio”, afirmou durante o evento organizado pelo instituto Wilson Center.

Em 6 de janeiro de 20221, apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump invadiram violentamente o prédio enquanto deputados e senadores faziam a contagem oficial dos votos recebidos pelo presidente eleito Joe Biden no colégio eleitoral. O atentado deixou cinco pessoas mortas. Na ocasião, parlamentares tiveram que ser retirados do prédio, ou se esconder em salas de auxiliares, para que não fossem agredidos pelos invasores.

Como mostrou o Estadão, o TSE tem investido cifras milionárias para reforçar o esquema de segurança do prédio e dos ministros. A Corte mantém um esquema de vigilância armada e monitoramento de ameaças em constante atualização. No evento em Washington, Fachin ainda apelou que os eleitores brasileiros se armem “unicamente do seu voto” e chegou a rebater as declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que, caso reeleito, expandirá o acesso a armas no País. O ministro chegou a dizer que “sociedade armada é sociedade oprimida”.

Diante das investidas do governo e de ameaças dos apoiadores do atual presidente, Fachin frisou que “o Judiciário brasileiro não vai se vergar a quem quer que seja”. “Cada uma das instituições brasileiras precisa cumprir o seu papel nos limites que a Constituição atribui”, afirmou. “Instituições de Estado respondem a interesses permanentes e duradouros de Estado”, completou.

Ao discursar, Fachin apresentou o receituário das ações que a Justiça Eleitoral deve adotar para garantir a lisura das eleições. O presidente do TSE frisou a importância de contar com o apoio do Congresso em caso de contestação do resultado da disputa em outubro, como vem ameaçando Bolsonaro.

Segundo o ministro, diante de um cenário de crise, os parlamentares deveriam deixar de lado as divergências ideológicas para defender o Judiciário e o sistema eletrônico de votação. “Se houver a dissolução de um dos Poderes, o perigo poderá ir para o outro lado da rua”, afirmou.

Fachin também disse ser importante que a população demonstre publicamente “seus anseios de viver numa sociedade democrática”, caso a crise entre os Poderes se agrave.

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