Política
‘Eu vou dar golpe em mim mesmo?’, questiona Bolsonaro ao atacar o TSE
Presidente defendeu novamente a participação das Forças Armadas na eleição
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer ilações sem provas sobre o sistema eleitoral brasileiro nesta sexta-feira 22. O ex-capitão afirmou que a participação das Forças Armadas nas eleições deste ano ajudaria a dar mais transparência ao processo.
As declarações foram dadas à imprensa durante visita do presidente a um posto de gasolina em Brasília. O objetivo era mostrar a redução do preço dos combustíveis após aprovação da lei que limita cobrança do ICMS.
Questionado sobre a hipótese da não realização da eleição caso as sugestões feitas pelos militares não sejam atendidas pelo Tribunal Superior Eleitoral, Bolsonaro debochou. “Nós temos muito tempo. Eu vou dar golpe em mim mesmo? Vou dar um autogolpe?”, questionou.
O presidente ainda repetiu a fake news sobre fraude no pleito de 2018 ao comentar um inquérito da Polícia Federal que apura uma suposta invasão hacker no sistema da Corte Eleitoral. “Se você ler, vai ver o que aconteceu comigo no primeiro e no segundo turnos. Não tinham informações sigilosas. Por que que o Barroso falou que tinha? Porque não quer que vocês [jornalistas] tenham acesso”, disse.
Apesar da insistência de Bolsonaro na mesma mentira, a informação já foi desmentida. Até o momento, não há conclusão ou suspeita de que o resultado da eleição que o ex-capitão venceu tenha sido adulterado. “Se eles[os ministros do TSE] dizem que não tem problema, porque não falam ‘Forçar Armadas, tragam seus técnicos para cá'”, comentou.
O presidente também foi perguntado sobre a operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 18 mortes. O ex-capitão afirmou que ligou para prestar solidariedade para a irmã de um policial militar que faleceu na ação. Sobre as outras vítimas, Bolsonaro disse que não poderia entrar em contato com todas as famílias. “Se eu ligar para a mãe de todo mundo que morre por dia, eu tô… Parabéns para a Polícia Militar”.
A operação foi a quarta mais letal da história do estado.
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