Política

Em live, Bolsonaro defende o 7 de Setembro e diz que ‘um montão de gente’ pede ‘fora, genocida’

‘Alguns se irritam, querem que eu saia por aí fechando instituições, prendendo, atirando’, afirmou o presidente, em resposta a apoiadores

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro usou sua transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira 9 para elogiar as manifestações antidemocráticas do 7 de Setembro. O ex-capitão, porém, não mencionou suas ameaças golpistas ao Supremo Tribunal Federal e citou brevemente a nota divulgada nesta tarde em que recuou dos ataques sob a alegação de ter agido “no calor do momento”.

“Eu telefonei ontem à noite para o Michel Temer, falei com ele hoje de manhã novamente. Ele veio a Brasília, por dois momentos conversou comigo aqui, pouco mais de uma hora. Ele colaborou com algumas coisas na nota, eu concordei e publicamos. Não tem nada de mais ali”, afirmou na live.

Sobre os atos do Dia da Independência, Bolsonaro declarou que não teve “informação de que uma só pessoa tivesse detida e levada à delegacia para justificar um ato violento, uma depredação de prédio, uma agressão a policial”.

“O que eles pediram agora? Liberdade de expressão, respeito à Constituição, democracia, liberdade. A liberdade é mais importante que a própria vida”.

Bolsonaro também rebateu críticas de parte de seus apoiadores. “Eu sempre disse que jogaria dentro das quatro linhas da Constituição. Alguns se irritam, querem que eu saia por aí fechando instituições, prendendo, atirando. Até reconheço que você está bastante chateado com muita coisa que acontece no Brasil”.

Na sequência, voltou a defender as manifestações do 7 de Setembro e tentou negar o caráter golpista das pautas apresentadas por seus apoiadores.

“Eu não vi ninguém pedir fechamento de nada. Se bem que pedir fechamento, pô… Quanta gente fala ‘fora, Bolsonaro’? Tem um montão ou não tem? De vez em quando eu escuto de motocicleta ‘fora, Bolsonaro’, ‘fora, genocida’. Eu vou fazer o quê? Passar com a moto por cima dele? Deixa ele falar, não tem problema. O político que não quer ser vaiado, não se candidate. Se tiver sido eleito, fique em casa”, prosseguiu.

O ex-capitão ainda atacou a imprensa por se referir às manifestações bolsonaristas como “antidemocráticas” e disse que gostaria que a TV Globo “fosse diferente”. Como exemplo, citou a Rádio Jovem Pan, que supostamente “fala a verdade”.

A transmissão foi realizada poucas horas depois de Bolsonaro divulgar sua carta. Leia a íntegra do texto:

No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

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