Política

Eduardo Pazuello: ‘O presidente, sim, está pensando em substituição’

Ministro da Saúde admitiu possibilidade de demissão e diz que fará ‘transição correta’

Foto: Foto: Evaristo Sa/AFP
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu a possibilidade de sua demissão da pasta, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira 15.

“O presidente, sim, está pensando em substituição”, afirmou, frisando que não vai “pedir para ir embora”. Na sequência, confirmou especulações de que Jair Bolsonaro está “avaliando nomes” para ocupar o seu cargo.

Pazuello não informou, porém, em que data ele pode sair do posto.

“O ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nessa tratativa de reorganizar o Ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal”, declarou. “Eu não estou doente, eu não pedi para sair, e nenhum de nós do nosso Executivo está com problema algum.”

“Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino.”

“Existe essa possibilidade desde o dia em que eu entrei”, afirmou. “O presidente, sim, está pensando em substituição, está avaliando nomes, conversei com ele e a Ludhmila [Hajjar, médica cardiologista]. Claro que estou à disposição de ajudar todos aqueles que vierem aqui. É continuidade, não há rompimento.”

Ao garantir que não pedirá sua demissão, Pazuello disse que “isso não é uma brincadeira”.

“Eu não vou pedir para ir embora. Não é da minha característica pedir para ir embora”, garantiu. “Isso não é um jogo, isso não é uma brincadeira. ‘Eu quero ir embora’. Isso é sério. Isso é o País, é a pandemia. É o Ministério da Saúde. Isso não pode ser levado da forma como está sendo colocado.”

General enaltece gestão da Saúde

O general defendeu sua gestão no enfrentamento à pandemia, em meio à pressão pela sua saída do posto. Na entrevista, ele fez um balanço de sua atuação, em que detalhou o cronograma de vacinação e descreveu quatro eixos estratégicos da sua equipe.

O militar afirmou que mais de 20 milhões de doses de vacinas foram distribuídas até agora, desde que o Plano Nacional de Imunização foi implementado em 18 de janeiro deste ano. “Somos o 5º país do mundo na distribuição de vacinas”, afirmou. Segundo ele, mais de 11,5 milhões de brasileiros de grupos prioritários já foram atingidos. Até o fim do mês de março, está prevista a distribuição de 47 milhões de doses, que chegarão a 29 milhões de brasileiros vacinados.

A partir de abril, a Fundação Oswaldo Cruz inicia a produção da matéria-prima para as vacinas. Em maio, a fabricação deve ser estabilizada. Em agosto, Pazuello prevê 22 milhões de doses por mês até o fim do ano. “Com o IFA produzido no Brasil, passamos a ter independência na produção de vacinas”, declarou.

Depois da sanção da lei que amplia a capacidade de aquisição de vacinas pelo governo federal, na quarta-feira 10, Pazuello anunciou a conclusão das contratações dos laboratórios que produzem as vacinas Sputnik V (Rússia), Pfizer (Estados Unidos) e Janssen (Estados Unidos). “Fizemos contratações completas com tudo o que foi solicitado”, disse o general, destacando “velocidade administrativa” do Ministério.

Estão em tratativas a vacina da Moderna, dos Estados Unidos, e da Sinopharm, da China, disse o ministro.

Pazuello defende ‘transparência’ de sua gestão

O ministro da Saúde enalteceu “transparência” nos dados do enfrentamento à pandemia e o “amplo acompanhamento” dos órgãos de controle. “Os dados estão disponíveis em tempo real no site do Ministério da Saúde”, exclamou o general.

O militar admitiu, no entanto, “fragilidades” do sistema de saúde, expostas com o novo ciclo da pandemia, diante das mutações do novo vírus, que aumentaram a transmissibilidade e a gravidade da doença.

Segundo ele, a pasta atua em quatro eixos estratégicos: a vacinação, o reforço à atenção primária e ao atendimento imediato, a disponibilização de leitos e o fortalecimento da vigilância epidemiológica. Com o colapso no sistema de saúde, Pazuello disse que trabalha pelo compartilhamento do uso de leitos privados.

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