Política

“Bolsonaro foge do debate por covardia”, diz Jaques Wagner

Em visita ao ex-presidente Lula, senador eleito pelo PT baiano afirma que candidato do PSL “não tem o que dizer”

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O senador eleito pelo PT baiano, Jaques Wagner, acompanhado da senadora e presidenta do partido, Gleisi Hoffmann, esteve na quinta-feira 11, na sede da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, em visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na saída, Wagner afirmou aos jornalistas que a ausência do candidato Jair Bolsonaro, PSL, dos debates não se dá por medo ou receio de um enfretamento, mas “por covardia mesmo”. 

“Ele é o tipo de pessoa que a gente já conhece. O cara bravo da esquina que quando um cachorro late mais forte, ele sai correndo. É valentão e não corajoso. Corajoso não exibe arma nem o braço, mas tem coragem de enfrentar qualquer situação. Ele foge do debate porque não tem o que dizer”, afirmou Wagner. 

O ex-governador da Bahia disse que respeita a convalescência de Bolsonaro, mas acha estranho alguém não ir a debates mas comparecer a entrevistas.

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Agora coordenador da campanha do presidenciável Fernando Haddad, Wagner afirmou que deverá acompanhar mais de perto o candidato e as equipes do programa de governo e televisão, para que haja um maior alinhamento dos trabalhos. Hoffmann será responsável pela mobilização. 

Wagner também criticou as declarações polêmicas de Bolsonaro na área de segurança pública. “Com ele tudo é na base da bala, do murro, da violência. A questão é séria, mas só iremos resolver se estruturarmos as policias e não armando a população. Não vamos eleger um xerife e sim um presidente da República.”

Em relação a campanha, o senador eleito argumentou que será dada continuidade à trajetória que levou Haddad a disputar o segundo turno das eleições. Para ele, agora os eleitores se dividem em três partes: os adeptos das duas candidaturas e uma terceira que ainda está indecisa. “Vamos mirar neste um terço que está em observação e mostrar que o nosso caminho é o melhor.”

Para o ex-governador baiano, não se trata de uma mudança de estratégia, apenas outro momento da campanha. “No primeiro turno, Haddad se apresentou como candidato do Lula. Agora, será como presidente, com suas características, seu caráter. O projeto é o mesmo, do PT, de Lula.”

Neste segundo turno, disse o petista, a responsabilidade pela eleição do presidente é de todo o país, o que deveria fazer qualquer cidadão se engajar pela democracia. “Vivemos um momento parecido com o movimento das Diretas-Já, quando nos unimos para devolver a democracia ao país. Agora, não podemos permitir que vença o autoritarismo disfarçado em democracia.”

Segundo ele, o PT sempre respeitou a democracia, “enquanto o outro ninguém sabe o que pensa”.

Sobre o “apoio crítico” do PDT e de Ciro Gomes, Wagner afirmou que preferiria um engajamento maior, mas isso não enfraquece a formação de uma frente democrática. “Ainda estamos sob efeito do calor do resultado das eleições. Espero que o Ciro e o PDT venham a se engajar nesta caminhada, afinal, vivemos um momento de esquina da história do Brasil e temos que evitar que o pior aconteça.”

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