Política
‘Duvido que Moro resista à pré-campanha’, avalia Ciro Gomes
Pedetista voltou a criticar Lula e não respondeu sobre uma possível aliança do PDT com Haddad em São Paulo
O pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, avaliou a chegada do ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) à corrida eleitoral de 2022. Em entrevista à CNNBrasil nesta quinta-feira 18, o pedetista disse não acreditar que o ex-juiz vai ‘resistir’ aos debates e oficializar sua candidatura em julho de 2022.
“Sergio Moro garantiu a impunidade dessas pessoas [Lula e outros integrantes do PT] porque trocou os pés pelas mãos e, ao invés de ser um juiz equilibrado, foi um politiqueiro que usou a magistratura para sua ambição desmedida”, disse. “Mas qual a proposta, visão e experiência que o Sergio Moro tem para oferecer ao povo brasileiro? Eu duvido, francamente, que ele resista a essa pré-campanha”, acrescentou.
De acordo com Ciro, Moro passa apenas uma falsa sensação de ser um modelo de combate à corrupção e não teria nada mais a oferecer como projeto de governo.
Além de Moro, o pré-candidato mirou os ataques em Lula. Para ele, a ‘devolução’ dos direitos políticos do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal foi precipitada, já que o petista teria sido um dos políticos mais corruptos do Brasil nas últimas décadas.
“O Supremo Tribunal Federal precocemente devolve ao Lula o nome de candidato. O Lula estava cassado, sem direitos políticos e volta dois anos antes da eleição com seus direitos políticos resolvidos e é o mais conhecido daqueles que antagonizam Bolsonaro”, disse ao tratar do resultado das pesquisas eleitorais.
“Temos então uma precipitação da campanha. Mas é uma antecipação da campanha apenas sobre o ponto de vista pesquisa e de nomes. Deveríamos estar debatendo como resolver os problemas brasileiros”, completou, minimizando os resultados dos levantamentos recentes que apontam Lula com ampla vantagem.
Segundo disse, suas intenções de voto devem aumentar com o início dos debates pela grande rejeição ao petista e a Bolsonaro.
Questionado se o encontro recente entre Fernando Haddad (PT) e o presidente do PDT, Carlos Lupi, poderia significar uma aliança entre os partidos para o governo de São Paulo, Ciro se esquivou e voltou a atacar o modelo político representado pelo PT.
“Sempre foi assim na tradição federativa e multipartidária, até por conta do abuso do Brasil. Jamais aconteceu de uma aliança nacional se replicar de forma homogênea e coerente nos estados. É preciso que a gente tenha esse respeito, mas é preciso deixar uma linha muito clara de corte daquilo que nós representamos como posicionamento na política brasileira”, disse, dando a entender que não ficaria contente com a aliança.
Em seguida, complementou: “Eu, comovidamente, considero que a tragédia Bolsonaro, do seu ponto de vista moral, do seu ponto de vista político, do seu ponto de vista ideológico, antidemocrático, ditatorial, genocida e corrupto foi produto da tragédia econômica e da tragédia moral da generalização da corrupção que o Lula impôs no Brasil”, reforçando um descontentamento, mas sem responder diretamente sobre o encontro entre Lupi e Haddad.
Ainda na conversa, o pedetista minimizou a participação dos deputados do partido na votação da PEC dos Precatórios. Segundo explicou, os parlamentares da sigla acreditavam que a proposta seria aprovada por ampla maioria e por isso negociaram uma redução de danos ‘no calote aos professores’. A participação decisiva do PDT, conforme disse, teria sido uma surpresa para todos.
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