Política
Doria e Bruno Covas reagem à mudança na F1 anunciada por Bolsonaro
Prefeito e governador afirmam que, se construção de autódromo no Rio de Janeiro for adiante, haverá disputa pela realização do evento
Os tucanos João Doria e Bruno Covas, respectivamente governador e prefeito de São Paulo, rebateram o anúncio do presidente Jair Bolsonaro sobre o Grande Prêmio Brasil de Formula 1.
Na quinta-feira 9, o presidente sinalizou no Twitter que havia mexido as peças para que a corrida — realizada atualmente no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, fosse transferida para o Rio de Janeiro. Prefeito e governador afirmam que, se a capital fluminense pleitear virar a sede do prêmio, haverá disputa.
“O Rio de Janeiro pode buscar suas próprias vocações. Se quiser disputar Fórmula 1, vai disputar com São Paulo. E São Paulo tem mais chances de vencer que o Rio”, disse Doria. Segundo ele, o contrato da Fórmula 1 com a prefeitura de São Paulo vence em 2020, e o governo estadual vem atuando para renová-lo.
Bolsonaro escreveu que, depois de vencer as eleições, a Fórmula 1 não apenas teria desistido de deixar o Brasil como construiria um novo autódromo no Rio de Janeiro. Mais tarde ele negou, entretanto, que tenha influenciado a negociação.
Após nossa vitória nas eleições, a Fórmula 1, que iria embora do Brasil, decidiu não só permanecer, mas também construir um novo autódromo no RJ, que terá o nome do ídolo Ayrton Senna. Com isso, milhares de empregos serão criados, beneficiando a economia e a população do estado.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 8, 2019
“Fiquei sabendo que há negociação da ida da Fórmula 1 para o Rio de Janeiro. Eu não tive participação nenhuma nisso. A decisão é dos próprios organizadores que, inclusive, iam sair do Brasil. Em poucos meses vão construir essa pista de Fórmula 1, de modo que, ano que vem, teremos corrida no Rio. O que não pode é a Fórmula 1 sair do Brasil”, disse Bolsonaro em transmissão ao vivo nesta quinta-feira.
O GP do Brasil foi disputado no Rio pela última vez em 1989, no autódromo de Jacarepaguá — que foi demolido para abrigar instalações da Olimpíada de 2016.
Segundo cálculos da prefeitura paulistana, o evento de 2018 movimentou 330 milhões de reais e gerou dez mil empregos diretos e indiretos. “Fomos pegos de surpresa com esse anúncio, já que as negociações corriam na normalidade”, completou Covas.
Covas e Doria evitaram, entretanto, rivalizar abertamente com Bolsonaro. O governador disse ter recebido mensagens ‘simpáticas’ do presidente, no qual teria dito que não tinha nada contra São Paulo e que ‘apenas quis ajudar’. “Não há nenhuma razão de afastamento, arranhão, ou que possa representar reprovação”, disse.
A reação de Covas foi menos moderada. Disse o prefeito: “Eu não apoiei o Bolsonaro, então sou um pouco mais isento na sua pergunta. Mesmo não tendo apoiado, não estou em nenhuma cruzada contra o presidente. Estou defendendo os interesses da cidade São Paulo. Pelo que eu li, o presidente foi levado a erro. A fala dele foi ‘o grande prêmio sairia do Brasil, então vamos levá-lo ao Rio de Janeiro”.
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