Política

Diretora da Precisa aciona o STF para não depor à CPI da Covid

A oitiva de Emanuela Medrades está agendada para esta terça-feira 13

Foto: Indranil MUKHERJEE/AFP
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A diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, acionou o Supremo Tribunal Federal para garantir o direito de não comparecer ao seu depoimento na CPI da Covid, agendado para esta terça-feira 13. Os advogados pedem ainda que, caso a responsável técnica da Precisa – empresa que representa no Brasil a Bharat Biotech, fabricante da vacina indiana Covaxin – compareça à oitiva, seja assegurado a ela o direito a permanecer em silêncio, o de não ser submetida ao compromisso de dizer a verdade e o de se ausentar da sessão ‘se conveniente ao exercício do seu direito de defesa’.

O habeas corpus de Emanuela foi impetrado no STF na última quarta 7, tendo seus advogados reforçado os pedidos na sexta 9, após a CPI da Covid definir a data da oitiva da diretora técnica da Precisa. O principal argumento da defesa é o de que os termos do requerimento de convocação de Emanuela sinalizam sua ‘inequívoca condição de investigada’ perante o colegiado e por isso ela ‘deve ter respeitado o seu direito ao silêncio e à não autoincriminação’.

A CPI da Covid sustentou que a oitiva de Emanuela seria necessária para ‘esclarecer os detalhes de potencial beneficiamento da Bharat Biotech, representada no Brasil pela Precisa Medicamentos, na negociação de compra de vacinas pelo Ministério da Saúde’.

A empresa atuou como intermediária entre o laboratório indiano Bharat Biotech e o Ministério da Saúde na venda de doses da Covaxin – e teria pedido inclusive um adiantamento dos pagamentos, o que não é usual. O nome de Medrades aparece em vários momentos nas trocas de e-mails entre a empresa e o Ministério da Saúde. Além do depoimento, a CPI também aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemático (mensagens) da diretora técnica.

As suspeitas de corrução na negociação da compra de R$ 20 milhões de doses da Covaxin estão no centro das apurações da CPI da Covid. O contrato foi fechado e o valor de R$ 1,6 bilhão chegou a ser empenhado (reservado no orçamento), mas está suspenso em função das denúncias.

O caso também é investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. As apurações respingam inclusive no presidente Jair Bolsonaro: como mostrou o Estadão, a PF abriu inquérito para investigar se o chefe do Executivo prevaricou ao supostamente não ter comunicado aos órgãos de investigação indícios de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana.

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