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Deputado do Paraná ameaça Lula de morte caso ele visite o estado novamente

Coronel Lee (DC-PR) disse que Lula e seus aliados ‘vão visitar os amigos’ no ‘inferno’ em uma eventual agenda no Paraná

O deputado estadual Coronel Lee (DC-PR). Foto: Dálie Felberg/Alep
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O deputado estadual bolsonarista Coronel Lee (DC-PR) ameaçou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de morte durante discurso na Assembleia Legislativa do Paraná, em sessão nesta quarta-feira 6.

Na tribuna, o parlamentar chamou de “desaforo” e “ameaça” a visitação que Lula tem feito no estado, como quando ocorreu em março, por ocasião do lançamento da pré-candidatura de Roberto Requião (PT) para governador.

Lee disparou ofensas ao afirmar que Lula quer “juntar um grupo de desocupados vagabundos” para conversar com famílias do Paraná. Em seguida, disse que a equipe do ex-presidente vai “visitar os amigos” no “inferno” se o ex-presidente refizer a agenda no estado.

“Aqui é o Coronel Lee, ex-comandante do Bope do Paraná”, afirmou o parlamentar. “O nosso modus operandi é o mesmo. A última vez que esse bando do MST e da esquerda vieram nos visitar, querer conversar com a gente no meio do mato, foram parar no inferno. Então, Lula, mande a sua turma falar com a gente de novo, e vocês vão visitar os seus amigos que estão lá. É esse o nosso recado.”

Em seguida, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Trajano (PSD-PR), em vez de repreender o discurso, fez somente uma ironia: “Tão rápido assim, deputado Coronel Lee?”.

Momentos depois, o deputado estadual Requião Filho (PT-PR) condenou as declarações.

“Coronel Lee, eu não sei se entendi o seu discurso, mas me pareceu uma certa ameaça”, afirmou o parlamentar. “Não tenho medo de ameaças. Vou sim às casas dos policiais, vamos sim falar com os nossos militares. Geralmente somos nós, os progressistas, que defendemos os direitos dessas classes. Esse tipo de comportamento representa um Brasil ultrapassado, da tortura, da intimidação, que tem medo da democracia.”

O líder do governo de Ratinho Júnior (PSD) no Parlamento, Marcel Micheletto (PL-PR), pediu “respeito às divergências” nos discursos.

O alerta sobre possíveis atentados a Lula em 2022 já foi dado pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), desde o ano passado. Em 2018, um ônibus da caravana do petista foi atacado a tiros quando passava pela cidade paranaense de Laranjeiras do Sul.

Em recente entrevista à rádio Espinharas, da Paraíba, Lula expressou preocupação com a própria segurança durante a campanha eleitoral. O ex-presidente havia sido questionado se seus cuidados para a própria segurança teriam sido redobrados neste ano.

“Eu tenho preocupação, mas como sou uma pessoa de muita fé, de muita crença, eu sinceramente acho que o que vai acontecer é que o povo brasileiro vai dar um golpe nesse país e vai restabelecer a democracia. Será a morte política de Bolsonaro pela mão dos eleitores brasileiros”, declarou.

As declarações de Lee foram televisionadas e constam em registro de sessão plenária no canal da Assembleia no YouTube (a partir dos 33 minutos).

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