Política

‘CPI começou investigando o negacionismo. Agora vai investigar corrupção’, diz Randolfe

Segundo o vice-presidente da comissão, Luis Miranda apresentará nesta sexta-feira uma cronologia do ‘caso Covaxin’

À mesa, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) apresentará, em depoimento à comissão nesta sexta-feira 25, uma “cronologia dos fatos” relativos à negociação do governo de Jair Bolsonaro pela vacina indiana Covaxin.

“A CPI entrou em uma fase nova. Até então estávamos investigando negacionismo, gabinete paralelo, omissão na compra de vacinas. Agora, vamos começar a investigar corrupção”, disse Randolfe em entrevista coletiva após a sessão desta quinta.

Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, disse ter identificado suspeitas de fraude no negócio envolvendo a Covaxin e sustenta ter alertado o presidente Jair Bolsonaro, ao lado do irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Ambos prestarão depoimento à CPI.

Pela manhã, o senador governista Jorginho Mello (PL-SC) disse ao site G1, após uma reunião com secretário-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, que, ao ser alertado sobre possíveis irregularidades, Bolsonaro teria repassado as informações ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

“O ministro Onyx [disse que] o presidente, quando esse deputado veio falar, entre outros assuntos, o presidente falou imediatamente com o ministro Pazuello para pedir: ‘Vê um assunto aí da Covaxin'”, disse Mello, citado pelo G1.

A declaração foi contestada por Randolfe Rodrigues. Segundo ele, “o general Pazuello já é um investigado por outras razões, mas não parece justa essa alegação”. A afirmação de Jorginho Mello, diz Randolfe, “demonstra um pouco a disposição do presidente da República: quando percebe que o barco está afundando, a primeira providência dele não é ser o último a pular, mas lançar ao mar antigos amigos”.

“Pazuello pediu demissão no dia 15 de março [foi no dia 14]. Ele saiu do ministério no dia 24 de março. O encontro dos irmãos com o presidente da República ocorreu no dia 23 de março”, disse o vice-presidente da CPI.

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