Política

Contratos da Precisa Medicamentos cresceram 6.000% com Bolsonaro

Dono da empresa, Francisco Maximiano, também ganhou acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na Índia

Foto: Reprodução Redes Sociais
Apoie Siga-nos no

Com Jair Bolsonaro na presidência, o valor de contratos da Precisa Medicamentos com o governo federal cresceu em 6.000%. Dono da empresa, Francisco Maximiano também ganhou acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na Índia. A informação é do jornal Estadão.

A Precisa é a intermediária da compra da vacina Covaxin, principal alvo das suspeitas de corrupção apuradas pela CPI da Covid e Ministério Público Federal. A empresa também é investigada na operação Falso Negativo, por superfaturamento de testes de Covid vendidos ao governo do Distrito Federal.

 

Antes de fechar contratos com a gestão Bolsonaro, a Precisa já havia negociado com o governo federal na gestão de Michel Temer. O contrato fechado com o Ministério da Saúde, chefiado na época por Ricardo Barros, é de 27,4 milhões pelo fornecimento de 11,7 milhões de preservativos femininos.

Francisco Maximiano, dono da Precisa, também é sócio de outra empresa suspeita de desvios, a Global Saúde. A empresa é investigada por receber 20 milhões de reais pela compra de medicamentos que nunca foram entregues. O contrato com o Ministério da Saúde é de 2018, também na gestão de Barros.

Contratos da Precisa com o governo Bolsonaro

O primeiro contrato fechado entre Precisa e Bolsonaro é de setembro de 2019, no valor de 41,2 milhões de reais, pelo fornecimento de 17,6 milhões de preservativos femininos ao Ministério da Saúde.

Em novembro do ano seguinte, a Precisa novamente assina um contrato com o Ministério da Saúde. O valor é de 15,7 milhões de reais pelo fornecimento de 5 milhões de unidades de preservativo feminino.

Em fevereiro de 2021 o grande contrato: 1,6 bilhão de reais pela compra de 20 milhões de doses de vacinas Covaxin. A Precisa é responsável pelo negócio entre governo federal e o laboratório Bharat Biotec.

Entrada no BNDES e na embaixada do Brasil na Índia

As entradas de Francisco Maximiano e da Precisa Medicamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, e na embaixada do Brasil na Índia também tem participação da gestão Bolsonaro.

No banco, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, foi quem levou a empresa até Gustavo Montezano.

Já na embaixada, Maximiano foi o representante das clínicas privadas na tentativa de compra de imunizantes pelo setor. Maximiano e Precisa, porém, não são oficialmente ligados à Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), citada nos documentos da reunião.

Nos documentos do encontro na embaixada, Maximiano teria relatado reuniões prévias com o ministro da Economia Paulo Guedes.

Maximiano será ouvido pela CPI da Covid.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo