Política

Celso Amorim: punição a diplomata é “medida truculenta”

Após criticar publicamente o governo, Julio de Oliveira Silva foi removido do cargo de segundo-secretário do consulado do Brasil em Nova York

'Decisão faz temer uma caça às bruxas, a perseguir e enquadrar jovens diplomatas'
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Ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim lamentou a punição imposta pelo governo Temer ao diplomata Julio de Oliveira Silva, removido do cargo de segundo-secretário do consulado do Brasil em Nova York na terça-feira 3. Sem aviso prévio nem explicação, o servidor surpreendeu-se com a publicação da transferência no Diário Oficial da União.

Economista de formação e no cargo há três anos, o diplomata publicou, em 26 de setembro, na sua coluna de estreia no site de CartaCapital um artigo crítico ao “projeto de subdesenvolvimento” do governo de Michel Temer. Dois dias depois, o ex-guerrilheiro, hoje chanceler, Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB, assinou a portaria que o afasta de suas funções e determina o regresso do servidor a Brasília.

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Segundo Amorim, a decisão contraria a tradição do Itamaraty. “É uma medida truculenta e desnecessária, até porque ele poderia ser transferido, no momento certo, para outro posto”, afirmou, em entrevista à CartaCapital. “Há uma expectativa normal dos jovens diplomatas de ocuparem ao menos dois postos no exterior antes de regressar ao Brasil”.

Apesar das contundentes críticas feitas ao governo, Amorim não vê motivos para a punição. “Um diplomata deve respeitar a hierarquia, mas também exercer o espírito crítico, indispensável à execução da política externa. Dado o quadro político do País, essa decisão faz temer uma ‘caça às bruxas’, a perseguir e enquadrar jovens diplomatas”.

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