Política
Ceciliano vs Molon: os três desfechos possíveis para esta sexta, segundo o comando do PT
Os petistas acusam o PSB de descumprir um acordo; o impasse tem de ser resolvido nas próximas horas
O impasse entre PT e PSB tem de se resolver, obrigatoriamente, até esta sexta-feira 5. Em reunião de sua Executiva Nacional, os petistas decidiram nesta quinta 4 adiar até amanhã a definição sobre manter ou não o apoio a Marcelo Freixo (PSB) na disputa pelo governo fluminense.
Os petistas acusam o PSB de descumprir um acordo pelo qual Freixo seria o postulante ao governo e André Ceciliano (PT) seria o nome da aliança para o Senado. Os pessebistas decidiram lançar Alessandro Molon à Casa Alta.
Diante desse imbróglio, há três cenários possíveis na avaliação do comando petista:
- O PT pode aceitar a candidatura de Molon, manter o apoio a Freixo e lançar Ceciliano;
- O PT pode retirar o endosso a Freixo e apresentar Ceciliano em outra aliança;
- O PT pode manter uma aliança formal com Freixo, mas insistir em Ceciliano e autorizar a militância a se juntar a outros candidatos ao governo.
“O PT está muito indignado, todo o partido. Muito indignado com a manutenção de uma candidatura quando há um acordo. Isso não se faz na política”, disse a CartaCapital a deputada federal Maria do Rosário (RS), integrante da Executiva Nacional. “Não sei se é o PSB ou se é o Molon, mas tem horas em que a gente tem de colocar o principal à frente do menos importante. O mais importante é a aliança nacional.”
Segundo a parlamentar, não há “nenhuma hipótese” de o PT retirar o nome de Ceciliano da disputa. O que o comando da legenda decidirá nesta sexta é a chapa em que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio será oficializado. “Eu defendi que ficássemos com o Freixo, mas o debate está colocado.”
CartaCapital apurou que a tendência é de que a maioria defenda a aliança com Freixo, embora isso não signifique comprometimento total com a campanha do pessebista.
Uma ala do PT encabeçada pelo vice-presidente nacional Washington Quaquá defende autorizar a militância do partido no Rio a se aproximar de outros candidatos ao governo.
Quaquá retirou nesta quinta um recurso apresentado à Executiva Nacional no qual defendia o rompimento formal com o PSB. Agora, ele afirma que o melhor cenário é se juntar também a outros postulantes, ainda que oficialmente os petistas endossem Freixo. O objetivo, segundo ele, seria “ampliar o palanque” de Lula no estado.
O vice-presidente já havia reivindicado, em entrevista a CartaCapital, uma aproximação com o nome do PDT ao governo, Rodrigo Neves. Neste desenho, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), “seria o coordenador da campanha de Lula”. Ainda assim, Quaquá argumenta que o ex-presidente poderia participar de outros palanques.
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