Política
Carlos Bolsonaro gastou 7 milhões de reais com supostos funcionários fantasmas, diz TV
Vereador é investigado por prática de peculato, crime que ocorre quando um funcionário público desvia verbas para uso próprio
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) gastou cerca de 7 milhões de reais com onze funcionários supostamente fantasmas. A informação é da Globonews.
De acordo com a emissora, o valor, que não foi corrigido pela inflação, aparece em um documento da investigação sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro, em andamento no Ministério Público do Rio (MP-RJ), que trata da suposta prática de peculato, crime que ocorre quando um funcionário público desvia verbas para uso próprio.
Segundo a reportagem, um dos servidores, Guilherme Hudson, recebeu quase 1,5 milhão de reais em 10 anos. A investigação mostra que ele dirigia todos os dias até outra cidade para levar a mulher para estudar, em um percurso que totalizava cinco horas.
O MP-RJ apura em que momento ele atuava para o vereador. A mulher do funcionário, Ananda Hudson, também trabalhou no gabinete e recebeu 117 mil em um ano e cinco meses.
Guilherme disse ao MP que era assessor jurídico e fazia análise da constitucionalidade de projetos de lei apresentados por Carlos. Ele também afirmou ter trocado poucos e-mails com o vereador e que não guardou documentos da época em que esteve vinculado ao gabinete.
Guilherme assumiu a chefia de gabinete depois da saída de Ana Cristina Siqueira Valle, sua prima e ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Ana Cristina, por sua vez, recebeu 670 mil em salários.
Na noite de sexta-feira 4, Carlos Bolsonaro criticou a reportagem. Em uma rede social, o vereador afirmou que os autores da matéria devem aprender a fazer contas.
Como a Globo tem acesso a SEGREDO DE JUSTIÇA? O “problema” agora é: FUNCIONÁRIOS RECEBEM SALÁRIOS AO LONGO DE 19 ANOS. Tão Inacreditável quanto é que pegar o último salário de cada pessoa e multiplicar pelo tempo trabalhado, ignorando os valores mais baixos dos anos anteriores. pic.twitter.com/VBxzbjrTpW
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 4, 2020
Obs: quem paga o salário dos funcionários dos parlamentares é a Câmara Municipal igualmente para todos.
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 4, 2020
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.