Política

Candidatos indicados por Bolsonaro naufragam nas eleições

Vereadores da extrema-direita eleitos, como Carlos Bolsonaro, ficaram atrás de candidatos do PSOL na lista dos mais votados

Foto: EVARISTO SA / AFP Foto: EVARISTO SA / AFP
Apoie Siga-nos no

Os candidatos indicados pelo presidente Jair Bolsonaro nas eleições 2020 não parecem ter animado os eleitores. Entre treze nomes mencionados para cargos de Prefeitura nas redes sociais do presidente nas últimas semanas, apenas dois foram eleitos e outros dois estão no 2º turno. Os outros nove estão fora da jogada.

A derrota ganha destaque em São Paulo, onde Celso Russomanno ficou, novamente, muito aquém do que indicavam as primeiras pesquisas eleitorais – o 2º turno será disputado entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), ambos adversários políticos do presidente na capital paulista.

Houve também um cenário desfavorável em Recife, onde concorrem ao pleito os candidatos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), ambos também deputados federais de oposição ao governo.

Ganharam os prefeitos eleitos de Ipatinga (MG) e Parnaíba (PI), respectivamente Gustavo Nunes (PSL) e Mão Santa (DEM). No segundo turno, destaque para Marcelo Crivella (Republicanos) no Rio de Janeiro, maior curral eleitoral da família do presidente, e para o Capitão Wagner (PROS), que disputa a prefeitura de Fortaleza com o PDTista Sarto.

Carlos Bolsonaro ganha, mas perde topo da lista para PSOL

Nos cargos de vereança, a maior aposta do presidente era o filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), que foi reeleito vereador pela 5ª vez. Carlos é apontado como um dos articuladores digitais do presidente e obteve 71 mil votos, sendo o 2º mais votado no estado – atrás de Tarcísio Motta, do PSOL. Antes, Carlos ocupava o topo da lista.

Em Belo Horizonte, o candidato conservador Nikolas Ferreira, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, também ficou em 2º lugar no total de votos ao cargo de vereador, mas ainda atrás da 1ª mulher trans a ser eleita pela Câmara dos Vereadores de BH – a professora Duda Salabert, do PSOL.

Entre todas as indicações do presidente para os cargos de vereança, que totalizaram 59, apenas nove foram eleitos.

Por exemplo, a candidata Wal do Açaí, ex-funcionária do gabinete de Bolsonaro que obteve apenas 266 votos em Angra dos Reis (RJ) não foi eleita; as opções de Bolsonaro na capital paulista também não prosperaram à vitória.

Nas redes, o presidente afirmou que sua ajuda resumiu-se a “4 lives num total de 3 horas” e “disse que a esquerda sofreu uma histórica derrota nessas eleições”, apesar dos resultados desfavoráveis às suas indicações.

A atuação de campanha dentro das instalações do Palácio do Planalto rendeu ações na Justiça contra a divulgação de candidaturas com o uso de recursos públicos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo