Política

Campanha Fora Bolsonaro decide apoiar atos antirracistas de 20 de novembro

A coalizão não tem previsão de coordenar mais protestos em 2021; partidos como PDT e Solidariedade se mobilizam para 15 de novembro

Campanha Fora Bolsonaro realizou protestos massivos em 2021. Foto: Reprodução/CartaCapital
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A Campanha Fora Bolsonaro decidiu somar forças aos atos previstos para 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, após reunião nesta segunda-feira 18. A coordenação dos protestos deve ser protagonizada por organizações do movimento negro. Uma nota oficial deve ser divulgada na terça-feira 19.

A decisão, na prática, torna pouco provável que a Campanha Fora Bolsonaro organize mais algum protesto em 2021. Segundo relato ouvido por CartaCapital, a reunião não decidiu que a Campanha tenha encerrado as convocatórias para este ano, devido a possibilidades de mudanças na conjuntura, mas no horizonte atual estão somente as manifestações de 20 de novembro.

No dia 15 de novembro, haverá manifestações puxadas por alguns partidos políticos signatários de pedidos de impeachment: PDT, PCdoB, Solidariedade, Cidadania, PV e Rede Sustentabilidade, com possibilidade de confirmação do PSB. Parte das legendas é articulada pela organização Direitos Já! – Fórum pela Democracia, do ativista Fernando Guimarães. Como mostrou CartaCapital, o grupo Direitos Já! manifestava à Campanha Fora Bolsonaro desde setembro a intenção de se colocar à frente dos atos de novembro. Centrais sindicais também devem compor a coordenação.

Apesar de não dirigirem o 15 de novembro, ainda há a possibilidade de que os movimentos da Campanha Fora Bolsonaro marquem presença. Segundo relato feito à reportagem, nenhuma proposta concreta sobre a data foi apresentada à Campanha. Não está descartada a hipótese de uma construção conjunta, mas a ideia é dialogar com os partidos para expor as preocupações sobre dedicar esforços para protestos em datas tão próximas.

A expectativa é de que as mobilizações em 15 de novembro sejam simbólicas, com menor número de cidades do que os seis atos liderados pela Campanha Fora Bolsonaro.

Em São Paulo, a previsão é de que o ato de 15 de novembro ocorra na Praça da República, e não na Avenida Paulista. Ainda se discute a possibilidade de que mobilizações aconteçam em outros estados.

Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros e do diretório paulista do PDT, explicou que, em 2 de outubro, houve “problemas de relacionamento com certa militância que teve a indelicadeza de não respeitar os diversos partidos”, em referência à hostilidade de grupos de manifestantes a figuras como Ciro Gomes (PDT) e Paulinho da Força (Solidariedade).

Segundo ele, ainda assim, sua organização continuará presente “onde houver ato contra Bolsonaro”.

“Tem setores que, por não controlarem o ato, podem achar que o ato não seja legítimo e importante”, afirmou Neto a CartaCapital. “Eles se excluíram. Quando os partidos decidiram pelo 15 de novembro, eles [a Campanha Fora Bolsonaro] pediram que os partidos comparecessem em 2 de outubro, porque já tinham marcado. Agora, eles agregam à luta pelo Dia da Consciência Negra. Então, é em cima disso que as coisas estão um pouco separadas, mas os partidos mantêm o dia 15.”

Nos atos dos partidos, Neto diz que não será tolerado “grupelho sem voto ir no carro de som chamar companheiros de canalha”, em referência implícita ao Partido da Causa Operária, cujo representante no ato da Avenida Paulista proferiu a ofensa a Ciro Gomes.

“Nós, progressistas, somos no máximo 130 votos no Congresso. Para termos o impeachment, precisamos de 342 votos”, declarou Neto. “Quando um partido que não faz parte do campo progressista for falar, temos que recebê-los com bastante regozijo, porque precisamos do apoio dele. Fora disso, parece que a gente não quer o impeachment.”

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