Política

Brasil só vai melhorar se o povo pobre participar da política, diz Lula em encontro com líderes comunitários

Ativistas criticaram políticas de segurança pública já apoiadas por Lula. Freixo, pré-candidato ao governo do Rio, estava presente

(Foto: Reprodução/Twitter Anielle Franco)
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O ex-presidente Lula participou, neste sábado 12, de um encontro com líderes comunitários de favelas e organizações sociais no Rio de Janeiro, que ressaltaram a necessidade de uma mudança na visão da segurança pública no estado e cobraram do candidato à presidência nas Eleições 2022 compromissos com pautas da população periférica.

Apesar do apoio à candidatura de Lula à 2022, as lideranças ressaltaram a necessidade de políticas construídas para a defesa da vida da população negra e periférica, principal alvo da violência policial no estado.

Diversos discursos também pontuaram a necessidade de conter o avanço das milícias no estado e a relação das polícias com as comunidades. Projetos apoiados por gestões de Lula no passado, como as UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora), foram citados como mal exemplos pelos resultados ainda persistentes de mortes nas comunidades.

“A gente começa assim e daqui a pouco tem essa milicialização da política no Brasil. Se não houver esse compromisso, esse bloco vai levantar e vai romper mais uma vez, infelizmente. Isso não pode acontecer. É preciso estar com os debaixo. Para estar com os debaixo, tem que aguentar a ira dos de cima, mas nós somos maiores”, declarou Buba Aguiar, do coletivo Fala Akari.

Em discurso, Lula afirmou que estava ali “para escutar”: “Eu só posso voltar a ser candidato se eu tiver competência de fazer mais e melhor do que já fiz”, declarou, ainda sem cravar sua candidatura apenas de tê-la afirmado em entrevista recente. “Esse país só vai melhorar se o povo pobre tiver participando da elaboração das políticas e da realização das políticas”.

O evento contou com a presença de políticos como o deputado federal Marcelo Freixo, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro e recém-saído do PSOL, e as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-RS), também dirigente nacional do partido.

Entre lideranças e representantes de movimentos sociais, estavam Anielle Franco — irmã de Marielle Franco e diretora do Instituto que homenageia a vereadora assassinada –, o conselheiro tutelar e líder comunitário Jota Marques, o ativista Raull Santiago e o cantor Rennan da Penha, nome forte do funk carioca.

“A gente quer estar vivo para ver o senhor vencer em 2022, mas quer vivo para construir um lugar melhor onde a gente vive. Só vamos conseguir construir no dia que todos os partidos, incluindo o PT, de fato entenderem que nossos corpos precisam ser protagonistas: as mulheres negras, de favela. A gente não tem a opção de errar”, afirmou Anielle Franco.

“A gente tá aqui para dizer que a gente não quer mais morrer. Queremos exigir o direito à vida plena. A gente não quer o mínimo, o básico, a gente não quer mais”, afirmou o ativista Jota Marques.

“Não é divertido se jogar no chão quando entra camburão. Eu estou cansado. O que a gente está vendo aqui é que vocês também não podem continuar sem a gente. A gente quer estar em todos os espaços porque foi o nosso povo que construiu. A gente está aqui para tomar tudo de volta”, concluiu.

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