Política
Boulos: Queremos derrotar o bolsonarismo e o tucanato em São Paulo
O líder do MTST foi confirmado como pré-candidato pelo PSOL para disputar a Prefeitura de São Paulo
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos foi confirmado no último final de semana como pré-candidato do PSOL para disputar Prefeitura de São Paulo. Tendo a deputada federal e ex-prefeita da capital Luiza Erundina como vice, Boulos promete que fará uma campanha com o objetivo de derrotar o bolsonarismo e os tucanos na capital paulista.
“Nós faremos uma campanha com propostas. Inevitavelmente, essa eleição vai ser também um termômetro em relação ao bolsonarismo. Nossa candidatura tem como objetivo derrotar o bolsonarismo em São Paulo, derrotar também o tucanato e apresentar um outro modelo de cidade – um modelo radicalmente democrático, popular, socialista de cidade. Eu apresentei algumas dessas propostas aqui”, diz o pré-candidato em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo.
Uma das propostas de Boulos será a regulamentação dos aplicativos de entrega na cidade, que nos últimos meses enfrentaram greves dos entregadores que pedem melhores condições de trabalho.
“Em primeiro lugar, não dá para admitir que a Prefeitura se omita enquanto nós temos milhares de jovens na cidade trabalhando 12 horas por dia para receber R$ 600. Cabe ao poder público municipal regulamentar transporte por aplicativo, como cabe em qualquer cidade do mundo”, afirma.
Em sua proposta, Boulos pretende criar um fundo para a proteção aos trabalhadores. “Outra proposta nossa é que um porcentual, que hoje vai para a empresa, seja destinado para um fundo de direitos e seguridade desses trabalhadores. Isso vai garantir um auxílio-doença caso o motorista se acidente, garantir um fundo previdenciário. São condições mínimas de dignidade no trabalho”, conta.
Sem tetos
Boulos afirmou que não só o MTST participará de sua candidatura como também outros movimentos sociais. Segundo o pré-candidato, sua gestão focará no problema com as pessoas em situação de rua e sem tetos.
“A política para a população de rua hoje é vergonhosa e humilhante. São abrigos em condições precárias, onde muitas dessas pessoas sofrem humilhações, são separadas de seus parentes, de seus animais de estimação, de seus instrumentos de trabalho. A política emergencial é abrigar em pensões. Essa é uma proposta que nós recebemos do padre Júlio Lancelotti, que é uma das grandes referências no trabalho com o povo de rua em São Paulo”, diz.
“A política de longo e médio prazo é garantir moradia definitiva para toda a população de rua, desapropriando imóveis abandonados sobretudo na região central de São Paulo. Segundo o estatuto da cidade, eles deveriam ser desapropriados para moradia popular, porque não cumprem função social. Estão em situação ilegal. Falta coragem do poder público para fazer. Nós vamos fazer”, concluiu o pré-candidato.
As votações do primeiro turno das eleições municipais acontecem no dia 15 de novembro. O segundo turno, por sua vez, ocorrerá no dia 29 de novembro de 2020. A mudança foi realizada pelo Congresso Nacional devido a pandemia do coronavírus.
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