Política

Bolsonaro sobre cloroquina: “Eu sou a prova viva de que deu certo”

Ao cumprir agenda na cidade de Belém, o presidente também disse que as mais de 100 mil mortes poderiam ter sido evitadas com o medicamento

Foto: PR.
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O presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quinta-feira 13 a defender o uso da cloroquina para o tratamento da Covid-19. “Eu sou a prova viva de que deu certo”, afirmou. Até agora, nenhum estudo comprovou a eficácia da terapia – a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou estudos sobre o tema, ressaltando que o medicamento produz “pouco ou nenhum” efeito na redução da mortalidade de pacientes infectados pelo coronavírus.

A declaração foi dada durante agenda na cidade de Belém, no Pará, para anunciar a inauguração da primeira etapa das obras do Porto Futuro, um espaço de lazer e turismo no centro da cidade.

Durante o discurso, o presidente destacou a entrega do medicamento ao estado. “Destinamos também a esse estado maravilhoso aqui, mesmo sem comprovação científica, mais de 400 mil unidades de cloroquina para tratamento precoce da população”.

Também disse que as mais de 100 mil mortes causadas pelo novo coronavírus poderiam ter sido evitadas com a medicação. “Muitos médicos defendem esse tratamento e sabemos que mais de 100 mil pessoas morreram no Brasil que, caso tivessem sido tratadas lá atrás com esse medicamento, poderiam essas vidas terem sido evitadas”.

“E mais ainda, aqueles que criticaram a hidroxicloroquina não apresentaram alternativas”, emendou.

O presidente também falou da importância da retomada de obras que possam diminuir o desemprego. “Temos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego, e ambos devem ser tratados com responsabilidade. Nessa esteira, o governo rolou dívidas, adiantou recursos, compensou perdas de ICMS e ISS para estados e municípios. Combatemos o desemprego lá atrás. Obras são importantes, sabemos. A vida não tem preço, mas o desemprego, leva à depressão, à doença e à morte.

Pazuello defende vacina de Oxford

Mais cedo, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou que a melhor opção para combater o coronavírus continua sendo a vacina de Oxford, se comparada à vacina russa, que não tem profundidade nos dados:“Está muito incipiente, as posições estão ainda muito rasas, nós não temos profundidade nas respostas, nós não temos o acompanhamento dos números”. Para Pazuello, a vacina russa poderá ser viável após análises e muita negociação, dependendo do aval da Anvisa e, a partir de então, autorizada para venda.

O governo do Paraná, no entanto, já fechou uma parceria com a Rússia na quarta-feira 12. Os dois governos pretendem trabalhar juntos no desenvolvimento de testes e, eventualmente, na produção da vacina Sputnik V.

O governo federal, contudo, firmou um acordo com a AstraZeneca, de US$ 100 milhões, que prevê a transferência de tecnologia para a produção da vacina de Oxford no País. Outras instituições brasileiras também estão colaborando com grandes empresas farmacêuticas internacionais para pesquisa e desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19.

A obra do Porto Futuro

O projeto Porto Futuro foi planejado pelo governador Helder Barbalho em 2016, quando ele era ministro da Integração Nacional ao custo de $ 34,5 milhões. O complexo turístico contará com restaurantes e áreas para realização de eventos, além de pistas de corrida e ciclismo, banheiros públicos, playground, wi-fi grátis e um lago artificial. Segundo Barbalho, ainda não há previsão para reabertura do local.

A obra, que contou com recursos do governo federal, começou em 2018. O espaço pretende impulsionar o turismo e o comércio local, além de ampliar as opções de entretenimento, cultura e lazer da capital. A expectativa é que cerca de 8 mil pessoas circulem diariamente pelo local.

A inauguração desta quinta-feira foi a primeira etapa do projeto, que incluiu a entrega de um parque, revitalização de prédios e estacionamento. A segunda parte será transformar galpões das docas (porto de Belém) em estação de turismo e culinária da cidade.

Também estão previstas a construção de uma ponte sobre o canal da avenida Visconde de Souza Franco (Doca), a abertura da Rua Belém, a criação de estacionamentos, de uma praça gourmet, um parque urbano, além da reforma da Praça General Magalhães.

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