Política

Bolsonaro se esquiva de comentar depósitos de Queiroz: “Não tem uma pergunta decente para fazer?”

Presidente foi questionado por repórter durante agenda na cidade de Ipatinga (MG)

Foto: EVARISTO SA / AFP Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente Jair Bolsonaro se irritou novamente, nesta quarta-feira 26, com a pergunta sobre os 89 mil reais que foram depositados na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.

“Com todo o respeito, não tem uma pergunta decente para fazer? Pelo amor de Deus”, disse o presidente em Ipatinga (MG) a um repórter da Folha de S.Paulo.

 

No último domingo 23, Bolsonaro ameaçou um jornalista de O Globo que também o questionou sobre o tema.

“Vontade de encher sua boca de porrada”, respondeu o presidente.

Ainda de acordo com reportagem da Folha, Bolsonaro teria reconhecido que exagerou na declaração, embora ainda não tenha definido se vai pedir desculpas publicamente.

O assunto foi tratado com o ministro das Comunicações, Fabio Faria, e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Queiroz foi assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), quando o filho do presidente atuava como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Ele e o agora senador são suspeitos de participarem de um esquema de  “rachadinha”.

Segundo a Folha, Queiroz depositou 21 cheques na conta de Michelle entre 2011 e 2016.

Sem máscara

O presidente descumpriu, mais uma vez, as recomendações sanitárias em meio à pandemia do novo coronavírus.

Na visita ao município mineiro, o Bolsonaro causou aglomeração entre seus apoiadores.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o presidente se aproxima das pessoas e toca a mão delas, sem utilizar máscara de proteção.

Ele também chegou a dar abraços e posar para fotos com seus apoiadores. Muitos deles também estavam sem máscaras.

Ipatinga é a segunda cidade do estado em número de casos confirmados de coronavírus – atrás apenas da capital Belo Horizonte.

Há 7.031 casos confirmados na região, além de 150 mortes, segundo dados do boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira 26 pela secretaria estadual de Saúde.

É a 19ª viagem de Bolsonaro pelo país em 2020. Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, o presidente visitou os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Santa Catarina, Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Sergipe.

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