Mundo
Bolsonaro quer encontrar presidente argentino no Uruguai
Bolsonaro quer encontrar Fernández na posse de Lacalle Pou, afirma Ernesto Araújo
O presidente Jair Bolsonaro propôs uma reunião bilateral com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, no próximo dia 1º de março, em Montevidéu. Segundo o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, o presidente deseja encontrar com o argentino durante a a posse do novo presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, que ocorre na mesma data e contará com a presença de Bolsonaro – ao contrário da posse de Alberto Fernández, que teve o vice Hamilton Mourão.
O convite foi feito pelo presidente brasileiro ao chanceler argentino, Felipe Solá, durante uma reunião no Palácio do Planalto, na tarde desta quarta-feira 12. “Foi uma proposta do presidente Bolsonaro, que já contava que ambos iam se encontrar na posse e pediu um aparte (reunião bilateral) com o presidente Alberto Fernández”, afirmou o ministro argentino.
Alberto Fernández venceu as eleições pela coalizão de esquerda Frente de Todos e sua vice é a senadora Cristina Kirchner, ex-presidente do país. Bolsonaro é crítico do kirchnerismo e apoiou a reeleição do presidente Maurício Macri, derrotado nas urnas nas eleições realizadas em outubro do ano passado no país vizinho.
A Argentina espera que o Brasil apoie o país vizinho a renegociar a dívida adquirida o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2018, o governo argentino assinou um acordo de empréstimo de US$ 57 bilhões com o FMI, durante a gestão de Macri.
“Há coisas que se entende de forma diferente aqui ou na Argentina. E esse encontro foi muito importante para isso. As coisas mudaram bastante”, acrescentou Solá.
Felipe Solá disse que a Argentina apoia os acordos comerciais do Mercosul com outros países e blocos econômicos, em referência ao tratado assinado ano passado com a União Europeia. “Dissemos a ele [Bolsonaro] que o Mercosul deve olhar para frente, que o Mercosul deve renovar-se, virar-se ao mundo, e que apoiamos os acordos do Mercosul com distintas regiões e países”.
Venezuela
Sobre a Venezuela, o chanceler argentino disse que, assim como o Brasil, apoia o estabelecimento da democracia no país, mas que adota metodologias diferentes.
“Não somos favoráveis ao Maduro, somos favoráveis à democracia, igual ao Brasil. Primeiro, a democracia, que implica uma quantidade de obrigações, mas também implica que haja paz, que não se derrame sangue na Venezuela. Nós não temos exatamente a mesma metodologia que o Brasil, mas apontamos para o mesmo fim”, afirmou.
Solá disse ainda que o país continuará fazendo parte do Grupo de Lima, que reúne países de todo o continente para buscar soluções para o impasse político venezuelano, mas que defenderá outras abordagens para lidar com o país, sem especificar quais. Ele defendeu eleições “limpas” na Venezuela, inclusive com participação das pessoas que emigraram do país em meio à crise.
“Algumas coisas não deram resultado na Venezuela e, portanto, vamos tratar de mudá-las. Nosso objetivo é que na Venezuela haja eleições absolutamente limpas, que sejam controladas por todas aquelas instituições do mundo que sejam capazes de garantir eleições livres, e que também possam votar os venezuelanos que estão no exílio”.
*Com informações da Agência Brasil
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