Política

Bolsonaro participa de desfile de blindados no dia em que a Câmara analisa o voto impresso

A Operação Formosa, maior treinamento militar da Marinha, contará pela primeira vez com a participação do Exército e da Força Aérea

Foto: Marinha do Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro participará, nesta terça-feira 10, de um desfile de veículos blindados, armamentos e outros instrumentos da Força de Fuzileiros da Esquadra.

Trata-se da Operação Formosa, realizada desde 1988 e apresentada como “o maior treinamento militar da Marinha do Brasil no Planalto Central”. Conforme documento divulgado pela Marinha, as atividades deste ano contarão, pela primeira vez, com a participação do Exército e da Força Aérea. A tropa partiu do Rio de Janeiro, passará por Brasília e chegará ao Campo de Instrução de Formosa (GO).

A operação contará com mais de 2.500 militares, 150 meios, entre aeronaves, carros de combate, veículos blindados e anfíbios, de artilharia e lançadores de mísseis e foguetes. Ao todo, foram transportadas 1.500 toneladas de equipamentos do Rio de Janeiro para Brasília.

O desfile acontece no mesmo dia em que o plenário da Câmara dos Deputados deve analisar a PEC do Voto Impresso, que se converteu na principal obsessão de Jair Bolsonaro e peça central nas ameaças e nos ataques do presidente às eleições de 2022.

Nesta segunda-feira 9, em entrevista à Rádio Brado, da Bahia, Bolsonaro admitiu que a proposta deve ser reprovada e voltou a atacar Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal.

“O Barroso apavorou. Foi para dentro do Parlamento fazer reuniões com lideranças praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso”, acusou.

Segundo o chefe do Executivo nacional, o ministro seria o grande responsável pela mudança na orientação de voto de algumas siglas. “Alguns partidos que no passado foram favoráveis agora são contrários. Parece que o poder de persuasão, de intimidação do Barroso está fazendo a diferença dentro do parlamento brasileiro”, completou.

Em entrevista à rádio CBN, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, independentemente do resultado da votação da PEC, é necessário que a decisão seja aceita por vencedores e derrotados.

“Esse assunto chegou ao limite. Após reunião de líderes, muito provavelmente o assunto estará na pauta na terça ou quarta-feira para que tenhamos uma posição oficial do plenário”, declarou o parlamentar.

De acordo com Lira, Bolsonaro indicou que aceitará o resultado. “Temos que ter o compromisso em relação ao respeito do resultado. Já temos uma PEC dessa aprovada desde 2015 e o Senado nunca quis se debruçar. Não legislar também é legislar”, acrescentou.

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