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“Bolsonaro levou o País ao pior dos cenários”, afirma Omar Aziz

Presidente da CPI da Covid voltou a garantir que os trabalhos da comissão não terminarão em pizza

O senador Omar Aziz. Foto: Pedro França/Agência Senado
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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro levou o País ao pior dos cenários na pandemia.

Em artigo publicado nesta terça-feira 28 no jornal O Estado de S. Paulo, o parlamentar disse ainda que o presidente preferiu apostar na politização em detrimento da ciência.

“Bolsonaro, que sempre fomentou uma disputa entre a economia e a saúde, levou o país ao pior dos cenários: quase 600 mil mortes, milhares de pessoas com sequelas graves e persistentes, famílias devastadas e a economia em frangalhos, com inflação em alta, desemprego crescente e a queda da renda dos brasileiros”, escreveu o senador.

Quanto à responsabilização de Bolsonaro, Aziz afirmou que o colegiado comprovou a inação do presidente no tocante a compra de imunizastes. 

“Eu e meus colegas do grupo majoritário do colegiado comprovamos que o governo do presidente Jair Bolsonaro se recusou a comprar vacinas oferecidas pela Pfizer e pelo Instituto Butantan, preferindo investir em medicamentos sem eficácia comprovada”, declarou. 

Para o senador, o atraso na compra das vacinas poderia ter salvo a vida de pelo menos 90 mil brasileiros, conforme cientistas e pesquisadores ouvidos pela CPI da Covid. 

“Se a compra tivesse sido antecipada pelo governo, todos os idosos teriam sido vacinados até fevereiro, o que poderia ter salvo outras 70 mil vidas”. disse. 

O senador ainda afirmou que os trabalhos da CPI da Covid caminham para o fim e se mostra esperançoso quanto a uma efetiva punição aos responsáveis pelo caos sanitário que vive o País. 

“No início dos trabalhos, em abril, afirmei que, como filho de italiana com árabe, garantia que a CPI não acabaria em pizza nem em esfiha. E é o que vai acontecer”, disse. 

Aziz ainda esclarece que não houve perseguição política na CPI, e sim, um trabalho apoiado por especialistas do Senado, médicos e ciências renomados. 

“Sem cometer pré-julgamento, é evidente que um esquema de corrupção envolvendo uma liderança do governo no Congresso foi acobertado. Há indícios fortíssimos de busca de vantagens na negociação de vacinas e de que houve prevaricação por parte do presidente da República”, escreveu. 

Sobre o relatório final, o senador declara que deve ser entregue nos próximos dias. 

“Nosso relatório final será robusto e consistente, produzido com técnica e responsabilidade, a ponto de impedir que ele seja engavetado. Há evidências claras de crime contra a vida, crime sanitário, omissão do governo, corrupção, entre outras irregularidades”, afirmou o senador. 

Ainda sobre os efeitos posteriores da CPI, Aziz esclarece que ela trouxe o debate público para a população. 

“Os brasileiros passaram a debater o tratamento precoce, a imunidade de rebanho e perceberam que o presidente e seus auxiliares estavam trilhando um caminho errado. Os trabalhos da comissão abriram uma caixa preta e expuseram uma série de absurdos. Além de iluminar o passado e investigar o presente, a CPI vai deixar uma lição para o futuro, para que descalabros como esses nunca mais se repitam”, conclui. 

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